Transcrição Os filtros da perceção: eliminação, generalização e distorção
A comunicação não é um processo perfeito; em vez disso, é constantemente mediada pelos filtros da percepção do cérebro humano.
Esses mecanismos psicológicos processam as informações de forma seletiva, o que pode levar a interpretações tendenciosas e, em última instância, a conflitos no local de trabalho.
Para evitar mal-entendidos e resolver problemas com eficácia, é crucial estar ciente de como funcionam estes três filtros: eliminação, generalização e distorção.
Eliminação
A eliminação é o processo pelo qual o cérebro ignora as informações que considera desnecessárias.
Embora normalmente nos ajude a concentrar-nos no que é relevante, sob stress pode levar-nos a ignorar verdades inconvenientes ou informações que preferimos não ouvir.
Por exemplo, um funcionário, ao receber comentários sobre o seu desempenho, pode prestar atenção aos elogios, mas «eliminar» as críticas construtivas.
Essa perceção incompleta da realidade pode fazer com que o funcionário se sinta injustiçado, o que poderia provocar ou intensificar um conflito.
Generalização
A generalização ocorre quando o cérebro pega um fato específico e o transforma em uma regra universal.
Embora isso possa ser útil para tomar decisões rápidas na vida cotidiana, também pode nos levar a criar suposições erradas sobre os outros.
Por exemplo, se um colega de trabalho chegar atrasado uma vez, podemos "generalizar" e assumir que ele é sempre atrasado, o que nos leva a julgá-lo injustamente no futuro.
Se aplicarmos uma regra incorreta ao que vemos ou ouvimos, isso pode desencadear ou intensificar um conflito.
Distorção
A distorção é o mecanismo mais complexo, pelo qual o cérebro tenta encontrar padrões e significados nas informações, às vezes de forma incorreta.
Um exemplo clássico é quando tentamos adivinhar o significado oculto do que outra pessoa diz: «Quando diz isso, o que realmente quer dizer é...».
Essa suposição muitas vezes distorce a intenção original da mensagem, pois estamos a aplicar as nossas próprias regras de interpretação em vez de compreender a perspetiva da outra pessoa.
Da mesma forma, podemos criar relações de causa e efeito onde elas não existem, o que nos leva a culpar os outros por eventos que, na verdade, são aleatórios ou não têm conexão direta.
Para mitigar o impacto desses filtros, é fundamental que aprendamos a reconhecer quando o nosso cérebro está a eliminar, generalizar ou distorcer informações.
Ao estarmos conscientes desses preconceitos, podemos fazer um esforço consciente para buscar a verdade além da nossa interpretação inicial e, assim, evitar mal-entendidos que poderiam dar origem a conflitos.
A chave está em não assumir que a nossa perceção é a única verdade e em nos esforçarmos para compreender a realidade do outro.
Resumo
A nossa comunicação é mediada por filtros de perceção que processam a informação de forma seletiva, o que pode causar conflitos. É crucial estar ciente de como funcionam a eliminação, a generalização e a distorção.
A eliminação ocorre quando o cérebro ignora informações que considera desnecessárias ou inconvenientes. Isso pode levar a uma percepção incompleta da realidade, fazendo com que uma pessoa se sinta tratada de forma injusta.
A generalização pega num facto específico e transforma-o numa regra universal, criando suposições erradas. A distorção procura padrões incorretos, como adivinhar intenções ocultas, o que altera a mensagem original.
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