Transcrição Priorizar a felicidade como principal objetivo da vida
O paradoxo da prioridade: dizemos que queremos felicidade, mas será que realmente a escolhemos?
Se perguntarmos à maioria das pessoas qual é o seu objetivo final na vida, a resposta mais comum, de uma forma ou de outra, será «ser feliz».
No entanto, se observarmos as decisões e prioridades do nosso dia a dia, muitas vezes encontramos uma desconexão surpreendente.
Frequentemente, sacrificamos o nosso bem-estar e paz de espírito no presente em prol de outros objetivos que acreditamos que nos trarão felicidade no futuro, como sucesso profissional, segurança financeira ou status social.
Dizemos a nós mesmos: «Serei feliz quando conseguir aquela promoção», «Serei feliz quando pagar a hipoteca» ou «Serei feliz quando os meus filhos crescerem».
Essa tendência de adiar a felicidade, tratando-a como uma recompensa futura em vez de uma prioridade presente, é uma das maiores armadilhas para o bem-estar.
Vivemos num estado de «chegada adiada», sem perceber que a felicidade não é um destino, mas uma forma de viajar.
A felicidade como decisão e objetivo consciente
E se, em vez de tratar a felicidade como um subproduto afortunado de outros objetivos, a transformássemos num objetivo principal e consciente? Esta é a proposta radical que a investigação em psicologia positiva começou a explorar.
Trata-se de uma mudança fundamental de mentalidade: em vez de organizar a nossa vida em torno do trabalho ou do dinheiro e esperar que a felicidade surja, organizamos a nossa vida em torno da felicidade e deixamos que as outras peças se encaixem no lugar.
Quando a felicidade se torna a nossa prioridade número um, ela começa a agir como uma bússola para as nossas decisões.
Perante uma escolha, a questão principal já não é «o que me dará mais dinheiro ou estatuto?», mas «o que me trará mais bem-estar e satisfação?».
Esta simples mudança de filtro pode transformar radicalmente as escolhas que fazemos e, consequentemente, a vida que criamos.
A evidência científica: priorizar a felicidade realmente funciona
Esta ideia não é apenas uma teoria atraente; ela é apoiada por evidências.
Pesquisas recentes demonstraram que as pessoas que declaram explicitamente que priorizam a felicidade nas suas vidas tendem a relatar níveis mais elevados de emoções positivas e maior satisfação com a vida.
Esta abordagem também está associada a níveis significativamente mais baixos de depressão e ansiedade.
Parece que o simples ato de estabelecer a felicidade como um objetivo principal nos predispõe a tomar decisões e adotar comportamentos que realmente conduzem a ela.
Quando a felicidade é o nosso objetivo, é mais provável que invistamos tempo em relações de qualidade, que pratiquemos a gratidão, que cuidemos da nossa saúde e que procuremos um trabalho com propósito, todas atividades que, como vimos, são os verdadeiros pilares do bem-estar.
A intenção consciente de ser feliz guia-nos para as ações corretas.
Como colocar a felicidade em primeiro lugar na sua vida
Priorizar a felicidade não significa abandonar as nossas responsabilidades ou dedicar-nos a um hedonismo sem rumo.
Significa integrar a busca do bem-estar no tecido da nossa vida quotidiana.
Comece por definir o que significa felicidade para si e quais atividades, pessoas e mentalidades a promovem.
Depois, trata-se de proteger e programar ativamente essas fontes de bem-estar na sua agenda, tratando-as com a mesma s
priorizar a felicidade como principal objetivo da vida