Escuta reflexiva e parafraseamento: a base da clareza

O que é a paráfrase e por que é tão poderosa?

A paráfrase é uma técnica de comunicação que consiste em resumir o que ouviu com as suas próprias palavras.

É uma ferramenta fundamental da escuta ativa que vai muito além de simplesmente repetir o que a outra pessoa disse.

A paráfrase cumpre três funções essenciais na resolução de conflitos:

Mostre que está presente e que ouviu: ao parafrasear, demonstra à outra pessoa que não só a ouviu, mas que dedicou tempo para processar a sua mensagem.

Isso valida a sua perspetiva e faz com que se sinta valorizada, o que é fundamental para baixar a guarda e reduzir a tensão do conflito.

Ajuda a evitar mal-entendidos: a paráfrase funciona como uma verificação da compreensão.

Ao resumir o que ouviu, dá à outra pessoa a oportunidade de o corrigir se não tiver compreendido bem, o que evita que o conflito se agrave devido a um mal-entendido.

Esclarece a mensagem e ajuda-te a perceber o que o outro realmente quer: ao parafrasear, podes extrair os pontos-chave da mensagem, o que te permite ir além das palavras e compreender a necessidade ou o interesse subjacente que está em jogo.

Isto é crucial em conflitos em que as pessoas nem sempre dizem o que querem.

Como parafrasear de forma eficaz

Para que a paráfrase seja eficaz, deve fazê-la com um tom de curiosidade e sem julgar.

Use frases como: «Se bem entendi, o que está a dizer é...», «Deixe-me ver se entendi» ou «O que está a dizer é que se sente assim?».

Por exemplo, se um colega de trabalho lhe disser: «Estou farto de que as minhas ideias nunca sejam levadas em consideração nas reuniões», você poderia parafrasear: «O que estou a ouvir é que você se sente frustrado porque as suas contribuições não são valorizadas pela equipa.

É isso que você quer dizer?"

Esse tipo de resposta não só valida os sentimentos dele, mas também lhe dá a oportunidade de abordar a verdadeira causa do conflito, que não é o facto de as suas ideias não serem levadas em consideração, mas sim a sua necessidade subjacente de reconhecimento