Transcrição Aceitação de pensamentos e emoções ansiosos
Uma das aplicações mais poderosas da atenção plena na gestão da ansiedade é o desenvolvimento da capacidade de aceitar pensamentos e emoções ansiosos sem lutar contra eles ou ser arrastado para o seu conteúdo.
Esta aceitação não significa resignação, mas uma mudança na relação com a experiência interior.
Observar sem reagir
A prática básica da atenção plena neste contexto envolve aprender a observar os pensamentos e emoções relacionados com a ansiedade a medida que surgem na consciência, como se fossem nuvens passageiras no céu ou acontecimentos mentais transitórios.
Em vez de se envolver com elas, analisá-las, resistir-lhes ou tentar suprimi-las, adopta-se a postura de um observador distanciado.
A sua presença é reconhecida ("Estou a ter o pensamento de que vou falhar", "Estou a sentir ansiedade no meu peito") sem os julgar ou se identificar totalmente com eles.
A luta como fator de sustentação
Muitas vezes, é a luta contra os pensamentos e emoções ansiosos que os intensifica e perpetua.
Quando tentamos, a força, não pensar em algo ou suprimir uma emoção, paradoxalmente, podemos torná-la mais intrusiva (efeito de ricochete).
A aceitação, por outro lado, reduz esta luta interna.
Ao permitir que os pensamentos e emoções ansiosos estejam presentes sem reagir a eles como se fossem uma ameaça real ou uma verdade absoluta, o seu poder sobre nós tende a diminuir.
Aprendemos que podemos sentir ansiedade sem que ela nos domine ou nos impeça de agir de acordo com os nossos valores.
A aceitação como um passo para a mudança
A aceitação não implica que gostemos de sentir ansiedade ou que queiramos que ela persista.
Pelo contrário, é um reconhecimento da realidade do momento presente.
A partir desta base de aceitação, é mais fácil tomar decisões conscientes sobre a forma de reagir a situação, em vez de reagir de forma automática e impulsiva.
Práticas como a meditação da respiração consciente ou a observação dos pensamentos ajudam a cultivar esta capacidade de aceitação.
Aprendemos a "estar com" a ansiedade sem que ela defina a totalidade da nossa experiência, criando espaço para a calma e a escolha.
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