Transcrição A Viagem Mental ao Passado. O Fardo do Arrependimento no Presente
A Dupla Face da Memória: Felicidade ou Tristeza
Para além de nos projetarmos para o futuro, a nossa mente também viaja constantemente no tempo, uma ação que se pode tornar noutra grande fonte de stress nas nossas vidas.
Temos a capacidade de olhar para o que já aconteceu de duas formas completamente diferentes, pois podemos recordá-lo com profunda felicidade ou com imensa tristeza.
Enquanto as memórias felizes nos nutrem, focarmo-nos em experiências negativas do passado é o que nos carrega com um peso emocional que afeta o nosso estado presente.
Este ato de revisitar a dor não é uma simples observação, mas uma reativação das sensações que pensávamos ter ultrapassado, trazendo-as de volta ao nosso agora.
A Invocação das Emoções Passadas no Agora
O problema surge quando, ao recordarmos uma experiência negativa, não só a observamos, como também atraímos todas as emoções associadas novamente e as revivemos no presente.
É neste preciso momento que começamos a nos sobrecarregar com as mesmas emoções dolorosas do passado, o que inevitavelmente aumenta o nível de stress que sentimos agora.
Este processo de invocação emocional é o que corrói o nosso presente, enchendo-o com a angústia de situações que já não existem, mas continuam a afetar-nos profundamente.
Ficamos stressados e angustiados aqui e agora porque estamos a sentir todas aquelas emoções que já experimentámos no passado novamente, como se estivessem a acontecer tudo de novo.
A Ligação Perigosa: Usar o Passado para Prever o Fracasso
A situação piora dramaticamente quando associamos um evento negativo do passado a uma situação semelhante que devemos enfrentar no nosso futuro próximo.
O simples facto de imaginar um desafio futuro enquanto nos lembramos de um fracasso passado é suficiente para nos carregar com uma quantidade impressionante de stress, angústia e preocupação.
A nossa mente começa a dizer a si mesma que tudo vai correr mal, lembrando-se tentamos e correu terrivelmente mal, assumindo que o resultado se repetirá.
Já não podemos viver as nossas vidas acreditando que todas as experiências negativas que tivemos no passado acontecerão inevitavelmente novamente no futuro.
Esta viagem mental destrutiva entre um passado doloroso e um futuro temido é o que, em última análise, acaba por destruir a paz do nosso momento presente.
A chave para quebrar o ciclo: reconhecer a sua evolução
O que não estamos a ter em conta neste processo é a enorme quantidade de tempo que se passou desde essa experiência e, mais importante, quem somos hoje.
A pessoa que é agora não é a mesma que passou por aquela experiência negativa, pois ao longo do tempo cresceu e evoluiu como ser humano.
É uma pessoa completamente diferente que aprendeu novas lições e desenvolveu novos pontos fortes, pelo que o resultado pode não ser o mesmo de antes.
Devemos estar cientes desta evolução pessoal para quebrar o ciclo, reconhecendo que o passado não tem de definir o futuro que queremos para nós.
Trazer o medo do passado para o reviver no presente é uma escolha que nos enche de stress e nos impede de avançar em direção aos nossos verdadeiros objetivos.
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