Transcrição Estratégias de enfrentamento e prevenção
Diante dos altos níveis de ansiedade e depressão presentes na população, implementar estratégias de enfrentamento e prevenção torna-se uma necessidade urgente.
Não basta «dar o seu melhor» ou ignorar os sintomas emocionais e físicos que já afetam o nosso funcionamento.
Assim como tapar um vazamento com fita adesiva, se não for tratado a tempo, o dano se agrava.
Por isso, propomos uma abordagem prática dividida em três pilares: técnicas de relaxamento, planeamento e apoio terapêutico.
Técnicas de relaxamento e respiração
Um dos primeiros passos para enfrentar o stress e prevenir o deterioramento da saúde mental é aprender a diminuir a ativação fisiológica.
Nesse sentido, técnicas como mindfulness, meditação guiada e respiração profunda são ferramentas extremamente úteis.
Conforme detalhado, o corpo responde ao stress ativando o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, liberando cortisol e adrenalina, o que aumenta a frequência cardíaca, a tensão muscular e os distúrbios do sono.
Esses efeitos, mantidos ao longo do tempo, podem resultar em problemas imunológicos, cardiovasculares e gastrointestinais.
A respiração profunda, especialmente útil em pessoas hipertensas ou com ansiedade, ajuda a contrariar essa ativação.
Recomenda-se respirar lentamente pelo nariz, manter o ar por alguns segundos e expirar pela boca.
Este tipo de exercício, quando praticado regularmente, favorece a autorregulação emocional e a clareza mental.
Planeamento e metas realistas
A segunda chave é a organização do tempo e a definição de metas alcançáveis. Como salientou a oradora, «quem muito abraça, pouco aperta», e tentar resolver tudo num único dia só gera frustração.
Por isso, é recomendável dividir os objetivos grandes em pequenos passos mensuráveis. Por exemplo, se o objetivo é melhorar a condição física, a meta semanal poderia ser caminhar 20 minutos três vezes por semana.
Também é fundamental ajustar as expectativas sobre o tempo de recuperação. Se um distúrbio vem se desenvolvendo há anos, não é realista esperar mudanças em algumas semanas.
Assim como uma pessoa com obesidade não pode reverter anos de ganho de peso em poucos dias, uma pessoa com depressão ou ansiedade precisará de tempo, constância e paciência para ver melhorias.
Procurar terapia ou workshops de apoio
Por fim, enfatiza-se a importância de pedir ajuda. Reconhecer que não se consegue fazer tudo não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade.
A busca por acompanhamento pode assumir muitas formas: desde consultar um psicólogo ou psiquiatra até participar de workshops de inteligência emocional, primeiros socorros psicológicos ou grupos de apoio.
A prevenção de recaídas também deve ser considerada parte do processo. Como explicado, a recuperação inclui fases e, entre 4 e 9 meses de tratamento, podem ocorrer recaídas.
É por isso que manter o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, mesmo quando já se está «melhor», é indispensável.
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