Reestruturação cognitiva das interpretações catastróficas

A reestruturação cognitiva é uma técnica central na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para a perturbação de pânico.

O objetivo é ajudar a pessoa a identificar, questionar e modificar as interpretações catastróficas que faz sobre as suas sensações físicas e a probabilidade de ocorrerem as consequências temidas durante um ataque de pânico.

Identificar pensamentos catastróficos

O primeiro passo é a pessoa tomar consciência dos pensamentos automáticos negativos que surgem quando tem sentimentos de ansiedade ou durante um ataque de pânico.

Estes pensamentos são frequentemente do tipo: "Estou a ter um ataque cardíaco", "Vou perder o controlo", "Vou enlouquecer", "Vou desmaiar", "Vou fazer figura de parvo".

São utilizadas ferramentas como os auto-registos para identificar esses pensamentos e as situações ou sensações que os desencadeiam.

Questionar as provas (Debate Socrático)

Uma vez identificados os pensamentos catastróficos, estes são analisados de forma crítica através do debate socrático.

A pessoa é encorajada a agir como um "cientista" e a procurar provas a favor e contra esses pensamentos:

• "Que provas tenho de que estou mesmo a ter um ataque cardíaco quando sinto palpitações? Já aconteceu?"

• "Que provas tenho de que vou perder o controlo ou enlouquecer? Quantas vezes é que isto já aconteceu em ataques anteriores?

• "Qual é a probabilidade real da catástrofe que receio?"

• "Haverá outras explicações menos catastróficas para estes sentimentos (por exemplo, que são sintomas normais de ansiedade)?"

Desenvolvimento de interpretações alternativas realistas

O objetivo do questionamento não é simplesmente negar os medos, mas desenvolver interpretações alternativas que sejam mais realistas e adaptáveis.

Por exemplo, em vez de "As palpitações significam que vou ter um ataque cardíaco", uma interpretação alternativa pode ser: "As palpitações são uma resposta normal do meu corpo a ansiedade; são desagradáveis mas não são perigosas e vão passar".

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