Análise do discurso público

O exercício (análise de caso hipotético)

Para este exercício, analisaremos um breve vídeo hipotético. Imagine que está a assistir a um discurso de um funcionário local, por exemplo, um presidente da câmara, anunciando um novo projeto de infraestrutura (como uma ponte ou um parque).

O discurso dura aproximadamente três minutos. O presidente da câmara usa um púlpito e lê notas preparadas.

Apesar do conteúdo supostamente positivo do anúncio, a reação do público é morna.

A sua tarefa é observar atentamente a linguagem não verbal do presidente da câmara, ignorando as suas palavras, e identificar as incongruências e erros que contribuem para a falta de convicção.

Observações-chave (incongruência)

Ao analisar este vídeo hipotético, observaríamos vários erros. Primeiro, uma incongruência notável entre a mensagem e o corpo.

Enquanto o presidente da câmara diz frases como «Este é um projeto emocionante para o nosso futuro», o seu corpo permanece rígido e os ombros tensos.

Ele agarra-se com força às laterais do púlpito, um gesto de barreira que denota ansiedade e defesa, em vez da postura aberta que esperaríamos de alguém que partilha boas notícias.

Os seus gestos com as mãos são fracos, elevando-se apenas alguns centímetros acima do púlpito antes de se esconderem novamente.

Esta falta de amplitude nos gestos (ilustrativos) faz com que a mensagem pareça pouco sincera e sem energia.

Observações-chave (apaziguadores e monotonia)

Em segundo lugar, notamos o uso repetitivo de apaziguadores. Em vários momentos-chave, especialmente ao mencionar o custo do projeto ou os prazos, o presidente da câmara toca a nuca ou ajusta o nó da gravata.

Estes são gestos clássicos de stress e desconforto. Além disso, o seu contacto visual é fraco; em vez de se conectar com o público, o seu olhar fixa-se quase exclusivamente nas suas notas, quebrando qualquer possível rapport.

A sua linguagem corporal é monótona, sem inflexões vocais que denotem entusiasmo. Por fim, ele exibe um sorriso falso (apenas com a boca, sem ativar os olhos) em momentos inadequados.

A combinação de uma postura fechada, gestos fracos, apazigua