Transcrição A importância de não supor
Suposições são venenosas para a comunicação.
Levam-nos a inventar histórias e a interpretar mal as intenções dos outros, o que gera mal-entendidos e conflitos.
O modelo dos três filtros de Sócrates é uma ferramenta valiosa para evitar cair nessa armadilha.
Antes de falar, este modelo convida-nos a perguntar-nos se o que vamos dizer é verdadeiro, se é bom e se é útil.
Se não passar por esses três filtros, é melhor ficar calado e ouvir.
Esta prática ajuda-nos a ser mais conscientes da qualidade da nossa comunicação e a evitar o hábito de falar sem compaixão.
O monólogo interno e as rotinas defensivas
A suposição está intimamente ligada ao que os psicólogos chamam de monólogo interno, que é um diálogo que mantemos conosco mesmos enquanto conversamos com outras pessoas.
Este diálogo interno está frequentemente repleto de julgamentos, preconceitos e suposições que não expressamos, mas que influenciam a forma como percebemos o outro.
A comunicação não violenta ensina-nos a estar conscientes desse monólogo interno para podermos alinhar o que pensamos com o que dizemos, evitando assim as rotinas defensivas.
Essas rotinas, definidas pelo psicólogo Chris Argyris, são acordos tácitos para manter a cordialidade no relacionamento, mesmo que haja um problema subjacente que não está a ser discutido.
Do mal-entendido à reescrita
Para evitar mal-entendidos, é fundamental deixar de fazer suposições e, em vez disso, fazer perguntas e procurar esclarecimentos.
O exercício da «coluna do arco-íris» é uma ferramenta útil para praticar isso.
Nesse exercício, transcreve-se uma conversa real em que houve um mal-entendido e reescreve-se essa conversa revelando o que foi pensado, mas não dito.
Ao fazer isso, percebemos como as nossas suposições podem ter influenciado a interação e aprendemos a revelar os nossos pensamentos de forma honesta e construtiva, sem magoar a outra pessoa.
O objetivo é traduzir os nossos pensamentos numa linguagem positiva que conduza a uma comunicação mais eficaz, onde a verdade é revelada com compaixão e sem culpa.
Os três filtros de Sócrates
A história dos três filtros de Sócrates é um lembrete intemporal da importância da prudência na fala.
Um discípulo aproximou-se de Sócrates para lhe contar algo sobre um colega, mas Sócrates pediu-lhe que passasse o que ia dizer por três filtros.
O primeiro filtro era a verdade: tem a certeza de que o que vai dizer é verdade?
O segundo era a bondade: o que você vai dizer sobre a pessoa é algo bom?
E o terceiro era a utilidade: o que você vai me dizer será
a importancia de nao supor