Transcrição Não imitar, apostar na autenticidade
Muitas pessoas, para entrarem num determinado grupo social ou para começarem a assemelhar-se ao modelo de pessoa que aspiram a ser, começam a imitar o comportamento e a projeção social dos outros. A necessidade de imitar os outros para nos sentirmos bem connosco próprios é uma atitude que reflecte parte das nossas carências emocionais. A autenticidade é uma caraterística muito valorizada, pelo que devemos saber cuidar dela para formarmos a nossa própria personalidade, que não tenta assemelhar-se aos padrões de comportamento dos outros.
É importante saber distinguir entre admiração e imitação: somos livres de aprender com os outros que admiramos, mas imitá-los pode transformar-nos em pessoas sem carácter e sem traços autênticos. Durante o desenvolvimento deste guia, iremos abordar algumas das questões básicas que giram em torno da autenticidade como uma caraterística de grande valor em todas as pessoas e a importância de evitar a imitação para criar a nossa própria personalidade.
A personalidade não pode ser imitada
Por muito que queiras ser como a pessoa que admiras, a tua personalidade é o reflexo de um conjunto de elementos que te são próprios. Não é possível igualar a personalidade de outra pessoa; se tentar agir como ela, estará apenas a criar uma camada de ficção entre quem realmente é e a imagem que projecta.
Imitar outra pessoa para copiar os seus traços caraterísticos não o torna semelhante a essa pessoa. A autenticidade triunfará sempre sobre as imitações, as pessoas apercebem-se quando estão perante alguém verdadeiramente autêntico e quando não estão.
Admirar vs. imitar
Admirar uma pessoa e aprender com ela não tem nada a ver com imitá-la. Se alguém tem um interesse especial para si, seja pelas suas caraterísticas sociais, pelas suas competências ou pela sua inteligência, pode dedicar algum tempo a aprender com essa pessoa e a mostrar admiração por ela. A imitação começa no ponto em que começamos a deturpar o nosso comportamento, consciente ou inconscientemente.
Se não formos coerentes entre o que projectamos e o que o nosso eu interior realmente expressa, é provável que estejamos a imitar os padrões de comportamento daqueles que admiramos. Apoie-se naqueles que admira para aprender com as suas capacidades e caraterísticas, a fim de melhorar as suas próprias e construir uma melhor versão de si próprio, e não apenas uma cópia de outra pessoa.
A autenticidade não pode ser forçada
A autenticidade surge naturalmente, não é algo que possamos forçar ou adaptar à nossa conveniência. Se sente necessidade de pensar na forma como se projecta, é provável que essa projeção de si próprio não seja real nem honesta. Deixe-se levar e não tente assumir padrões de comportamento dos outros para se enquadrar num determinado grupo social. Só sendo natural nas suas acções é que eles serão capazes de perceber plenamente a sua autenticidade e de o valorizar pelo que realmente é.
Sendo autênticos, é provável que não nos enquadremos em todos os grupos sociais que desejamos, mas isso não é algo que nos deva desencorajar, afinal a razão pela qual não nos enquadramos é porque esses grupos sociais não são coerentes com o nosso sistema de crenças, pensamentos e valores éticos. Se forçarmos a nossa entrada nestes grupos, é provável que acabemos por enfrentar desacordos que nos levarão a separarmo-nos mais cedo ou mais tarde. Ao sermos autênticos, atraímos pessoas que são compatíveis connosco, sem necessidade de forçar uma personalidade que não é a nossa.
quem procura autenticidade