Transcrição Confiança com emoções
A natureza da confiança é um tema que tem sido abordado por numerosos especialistas em vários domínios. É um bem social? É uma resposta emocional ou cognitiva? É uma atitude positiva? Um comportamento? Uma aposta? É inata ou um produto da nossa construção social?
Os defensores da abordagem inata da confiança referem-se à confiança automática que sentimos pelos nossos pais, por exemplo. No entanto, a confiança está sujeita a experiências positivas e negativas. Pode haver pessoas mais confiantes e outras que se sintam verdadeiramente desconfortáveis em confiar nos outros.
As respostas são variadas e muitas vezes contraditórias, mas todos concordam que é essencial para estabelecer relações comerciais, sociais e pessoais lucrativas.
A confiança não pode ser forçada
A verdade é que desfrutamos de uma vida mais plena e de bem-estar psicológico quando temos relações baseadas na confiança. A confiança implica segurança. As pessoas valorizam muito o facto de sentirem que estão num ambiente seguro, livre de ameaças.
Atualmente, existe uma crise de confiança na sociedade. Esta crise pode ser observada na política, nas instituições públicas e policiais, nos meios de comunicação social, nas empresas ou nas nossas relações interpessoais. A confiança é o que nos une e nos permite coordenar acções de modo a que tudo flua e haja cooperação. Por isso, se, em vez de construir confiança, a confiança for defraudada ou enganada, só gera dúvidas e estagnação.
Quando se perde a confiança em algo ou alguém, é difícil recuperá-la. A confiança não pode ser forçada, não se pode exigir ou obrigar os outros a confiar em nós. É um julgamento que cada um faz e decide concedê-la apenas quando cumpre determinados requisitos, que embora mudem de pessoa para pessoa, têm alguns elementos em comum.
Como é que se aprende a confiar numa pessoa que não se conhece? Certamente que se tem em conta o que ela diz e como o diz (linguagem corporal). Para além disso, as suas palavras têm de corresponder ao seu comportamento, e isto tem de acontecer repetidamente para que se comece realmente a confiar nessa pessoa.
As bases da confiança
A confiança é, até certo ponto, um jogo, fazemos uma estimativa do quanto podemos confiar noutra pessoa. Dependendo da natureza da relação, podemos colocar-nos em risco e numa posição vulnerável; no entanto, é bom abrir novas portas.
De acordo com a psicologia social, o que tentamos determinar nas outras pessoas é se são sinceras:
Existe uma correspondência entre as suas palavras, pensamentos e acções? São suficientemente corajosas para viverem de acordo com os seus valores? Estão dispostas a viver de acordo com o que dizem?
São competentes? Têm as capacidades pessoais para cumprir o que foi acordado. Ou seja, as competências, aptidões e atitudes necessárias. Desta forma, avaliamos a sua eficácia. Podem ser honestos, mas se não forem capazes de realizar a ação, infelizmente mostram que não são fiáveis.
São responsáveis? O nível de empenhamento que demonstram para cumprir a sua missão. Não só com dedicação e esforço, mas também com a consciência do compromisso assumido e com a sua capacidade de assumir as consequências em caso de contratempos.
Além disso, há outras questões mais subjectivas ou subtis que afectam a perceção da fiabilidade. Traços como a humildade, a espontaneidade, a acessibilidade, a generosidade (no sentido de procurar o benefício mútuo), ou a capacidade de perdoar e pedir desculpa.
É preciso ter em conta que, por vezes, as pessoas criam falsas expectativas. A pessoa pode cumprir o que foi acordado e, no entanto, o seu interlocutor não ficar satisfeito. Por vezes, esperamos que os outros actuem da forma que desejamos a todo o custo. Por isso, é importante comunicar sempre bem e distinguir entre as duas situações.
Importância da confiança no coaching
A confiança entre o coach e o coachee é a primeira coisa que tem de ser estabelecida durante um processo de coaching. Todo o trabalho subsequente só será bem sucedido se este elemento estiver presente. Criar um ambiente seguro para o cliente, onde este se sinta à vontade para abo
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