Transcrição Consequências do ciberbullying
Consequências para a vítima (psicológicas e sociais)
As consequências para a vítima são as mais documentadas e graves, abrangendo um espectro biopsicossocial.
Psicologicamente, como mencionado, a vítima sofre de ansiedade, depressão, baixa autoestima e, em casos extremos, stress pós-traumático, revivendo a humilhação muito tempo depois de o assédio ter cessado.
Socialmente, a consequência é o isolamento; a vítima perde a confiança nos seus pares, afasta-se das suas relações e perde habilidades sociais fundamentais.
Academicamente, o impacto é direto: o fracasso escolar. O stress e a ansiedade impedem a concentração, e o medo do ambiente (que muitas vezes é o mesmo que o escolar) provoca absentismo.
A vítima deixa de ir às aulas para evitar os agressores ou a vergonha de ver os observadores.
Fisicamente, surgem sintomas psicossomáticos como insónia, dores de cabeça e problemas digestivos.
O ciberbullying, em resumo, rouba à vítima o seu bem-estar, o seu desempenho e o seu direito de socializar.
Consequências para o agressor (a curto e longo prazo)
O agressor não sai ileso de seus atos, embora as consequências para ele sejam de natureza diferente.
A curto prazo, o ciberagressor pode experimentar um reforço do seu estatuto social (se o grupo o perceber como «poderoso») e uma sensação de controlo. No entanto, está a desenvolver um padrão de relação disfuncional.
Está a aprender que a violência e a manipulação são ferramentas válidas para atingir os seus objetivos. A longo prazo, estes comportamentos tornam-se crónicos.
O ciberagressor tem uma maior probabilidade de desenvolver comportamentos antissociais na idade adulta, incluindo o fracasso nas suas relações interpessoais (incapacidade de empatia), problemas laborais e, em muitos casos, comportamentos criminosos.
A falta de empatia e a impulsividade que caracterizam o agressor hoje predizem dificuldades de adaptação social amanhã. Além disso, se for descoberto, enfrenta consequências legais e o estigma social.
Consequências para os observadores e o ambiente
Os observadores, mesmo não sendo o alvo direto, também sofrem as consequências.
Testemunhar repetidamente uma injustiça sem intervir gera neles um estado de ansiedade e culpa.
Eles sabem que o que está a acontecer é errado, mas o medo os impede de agir, o que cria uma dissonância cognitiva.
Eles aprendem que a passividade é uma estratégia de sobrevivência válida e normalizam a violência, tornando-se insensíveis ao sofrimento alheio.
Para o ambiente (a sala de aula ou a escola), a consequência é a criação de um clima tóxico e de medo. A confiança é quebrada.
Se o ciberbullying é a norma, a sala de aula deixa de ser um espaço seguro para a aprendizagem e torna-se um ambiente hostil onde impera a «lei do mais forte».
A qualidade educativa e a coesão do grupo desintegram-se, afetando o desempenho e o bem-estar de todos os alunos, não apenas da vítima.
Resumo
Para a vítima, as consequências são devastadoras: ansiedade, depressão, insucesso escolar devido ao absentismo e isolamento social. Fisicamente, sofre de insónia e outros sintomas psicossomáticos
O agressor aprende um modelo disfuncional de relacionamento baseado no poder. A longo prazo, isso prediz comportamentos antissociais, problemas nos seus relacionamentos e maior risco de cometer atos criminosos
Os observadores também sofrem, desenvolvendo culpa e ansiedade. Tornam-se insensíveis ao sofrimento alheio e o ambiente da sala de aula torna-se tóxico, baseado no medo e na desconfiança.
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