PorCursosOnline55
Ciberbullying e riscos digitais: a nova face do assédio escolar - assedio escolar
Há duas décadas, quando um aluno saía da escola, o assédio terminava. O seu lar era um refúgio seguro. Hoje, essa barreira desapareceu. O smartphone estendeu o recreio da escola ao quarto, permitindo que o assédio seja 24/7, viral e, frequentemente, anónimo. O ciberbullying não é simplesmente "insultos na internet"; é um fenómeno complexo com tipologias delituosas específicas que todo docente e pai deve saber identificar. Neste artigo analisamos as ameaças digitais mais graves: Ciberbullying, Sexting e Grooming.
O ciberbullying é a utilização de meios telemáticos (internet, telefonia móvel e videojogos online) para exercer assédio psicológico entre iguais. Tem características únicas que o tornam mais perigoso do que o assédio tradicional:
Nem tudo é um insulto no WhatsApp. Existem formas sofisticadas de violência digital que estudamos no curso:
O Sexting consiste no envio de conteúdos de teor sexual (principalmente fotografias e/ou vídeos) produzidos pelo próprio remetente através do telemóvel. Em si não é assédio, mas é a porta de entrada.
A Sextorsão ocorre quando alguém ameaça a vítima com divulgar essas imagens íntimas se ela não ceder às chantagens (que podem ser económicas ou sexuais). É um crime grave que frequentemente conduz ao suicídio ou a danos psicológicos severos.
É uma das ameaças mais perigosas. Um adulto faz-se passar por um menor nas redes sociais ou em videojogos (Fortnite, Roblox) para conquistar a confiança de uma criança com fins sexuais.
Consiste em agredir fisicamente uma pessoa enquanto se grava a agressão com o telemóvel para depois a difundir nas redes. Aqui a violência física é apenas um meio; o fim último é a humilhação pública digital.
O agressor acede à conta da vítima (porque adivinhou a palavra-passe ou a vítima deixou a sessão aberta) e publica comentários ofensivos, declarações falsas ou insultos a terceiros em seu nome. O objetivo é destruir a reputação social da vítima e fazer com que os seus amigos se voltem contra ela.
A solução não é proibir a tecnologia, mas educar para o seu uso. Os centros e as famílias devem trabalhar em:
Contrato Digital Familiar: Estabelecer regras claras sobre o uso de dispositivos. "Não há telemóveis no quarto durante a noite".
Privacidade e Pegada Digital: Ensinar aos menores que "a internet não esquece". Configurar as opções de privacidade das redes sociais em conjunto.
A Regra dos 3 Segundos: Antes de enviar uma mensagem ou foto, pensar 3 segundos: Gostaria que os meus pais ou os meus professores vissem isto? Se a resposta for não, não enviar.
Combater o ciberbullying requer uma actualização constante. Os agressores estão sempre um passo à frente na tecnologia; a nossa responsabilidade como educadores é não ficarmos para trás na prevenção.