Transcrição Teorias de atribuição: explicando o comportamento
A teoria da atribuição em psicologia social lida com a forma como as pessoas explicam as causas do comportamento, tanto as suas próprias como as dos outros.
Procuramos constantemente dar sentido ao que acontece à nossa volta, e atribuir causas às ações é uma parte fundamental deste processo de construção de significado.
A necessidade de explicar: o "cientista ingénuo" de Heider
Fritz Heider, um dos pioneiros no estudo da atribuição, descreveu pessoas como "cientistas ingénuos" ou "psicólogos amadores" que tentam compreender o comportamento dos outros juntando informação até chegarem a uma explicação razoável.
Segundo Heider, uma das primeiras e mais importantes distinções que fazemos quando explicamos o comportamento é se a causa é interna (disposicional) ou externa (situacional).
Uma atribuição interna ou disposicional explica o comportamento com base nas características da pessoa, como a sua personalidade, atitude, capacidade ou esforço.
Uma atribuição externa ou situacional explica-o em termos de fatores no ambiente ou na situação em que o comportamento ocorre.
Modelo de Covariação de Kelley
Harold Kelley propôs um modelo mais detalhado, o modelo de covariação, para explicar como decidimos se fazemos uma atribuição interna ou externa.
De acordo com Kelley, consideramos três tipos de informação quando observamos o comportamento de alguém:
- Informação de Consenso:Como outras pessoas se comportam quando confrontadas com o mesmo estímulo ou situação? Se muitas pessoas reagirem da mesma forma (consenso elevado), é mais provável que atribuamos a causa à situação. Se poucas pessoas reagirem desta forma (baixo consenso), é mais provável uma atribuição interna à pessoa.
- Informação de Distintividade (ou Distintividade):Como é que a pessoa observada reage a outros estímulos ou situações diferentes? Se a pessoa se comportar de forma semelhante em muitas situações diferentes (baixa distintividade), é mais provável que uma atribuição interna. Se se comportarem desta forma apenas para aquele estímulo específico (distintividade elevada), é mais provável uma atribuição externa ao estímulo.
- Informação de Consistência:Como se comportou a pessoa perante o mesmo estímulo em diferentes momentos e circunstâncias? Se a pessoa se comportar da mesma forma de forma consistente ao longo do tempo (alta consistência), podemos fazer uma atribuição mais clara (interna ou externa, dependendo do consenso e da informação de distintividade). Se a consistência for baixa,É difícil fazer uma atribuição clara e, muitas vezes, depende de fatores situacionais peculiares.
O modelo de Kelley sugere que tendemos a fazer uma atribuição interna quando o consenso e a distinção são baixos, mas a consistência é elevada.
Fazemos uma atribuição externa (estímulo) quando o consenso, a distinção e a consistência são elevados.
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