Tiramina e antidepressivos: uma interação que não deve ser ignorada

Nesta sessão, vamos nos concentrar em uma substância pouco conhecida, mas muito relevante quando se fala de certos tratamentos farmacológicos para a depressão: a tiramina.

Embora não seja um medicamento ou suplemento, essa substância natural pode ter um impacto significativo no corpo, especialmente quando combinada com alguns tipos de antidepressivos. Entender como essa interação funciona é fundamental para garantir um tratamento seguro e eficaz.

O que é a tiramina?

A tiramina é um composto natural formado a partir da decomposição de um aminoácido chamado tirosina, presente em vários alimentos de origem vegetal e animal.

Em condições normais, o corpo metaboliza a tiramina graças a uma enzima chamada monoaminooxidase (MAO), a mesma que está envolvida na degradação de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina.

No entanto, quando uma pessoa toma medicamentos que bloqueiam essa enzima — os conhecidos inibidores da monoaminooxidase (IMAO) —, a tiramina não é eliminada com a mesma eficácia. Como resultado, seus níveis podem aumentar rapidamente no organismo, causando efeitos adversos importantes.

A interação entre a tiramina e os medicamentos

O principal risco surge quando alimentos ricos em tiramina são combinados com o uso de IMAO. Essa interação pode desencadear uma reação hipertensiva, ou seja, um aumento abrupto e perigoso da pressão arterial.

Esse tipo de resposta pode ser acompanhada por sintomas como palpitações, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, visão turva, náuseas, vómitos, ansiedade, transpiração excessiva e até sangramento nasal ou dor no peito.

Em casos extremos, este aumento da pressão pode resultar em complicações graves, como hemorragias cerebrais ou eventos cardiovasculares agudos. Por este motivo, às pessoas a quem é prescrito um IMAO é geralmente indicada uma dieta pobre em tiramina para evitar estas reações.

Alimentos com alto teor de tiramina

Entre os produtos que contêm maiores quantidades de tiramina encontram-se:

• Carnes curadas ou fermentadas

• Queijos envelhecidos ou maturados

• Bebidas alcoólicas como vinho tinto ou cerveja artesanal

• Molho de soja, miso ou alimentos fermentados

• Chocolate, certos peixes secos e em conserva

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