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O sentido da depressão: um apelo à mudança

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Transcrição O sentido da depressão: um apelo à mudança


Embora a experiência depressiva possa parecer, à primeira vista, um inimigo que paralisa, obscurece e enfraquece, cada vez mais profissionais e pessoas que passaram por ela concordam em algo profundo: a depressão também pode ser uma forma da vida nos parar para nos fazer ouvir algo importante.

Longe de ser apenas um desequilíbrio químico ou um erro mental, pode ser vista como um sinal, uma espécie de «alarme interno» que grita que há aspetos da vida que já não funcionam, que se afastaram da nossa verdadeira essência.

Às vezes, a depressão aparece não para nos punir, mas para nos convidar a olhar para dentro, a questionar uma forma de viver desconectada do nosso propósito, da nossa autenticidade ou dos nossos valores. Esse olhar não nega o sofrimento nem o romantiza, mas lhe dá um novo significado: não é apenas dor, é também uma mensagem.

Revisão profunda da vida: relacionamentos, trabalho, valores

Nesta perspetiva, a dor torna-se uma porta para a introspecção. A depressão obriga-nos a parar quando estamos presos em rotinas que não nos nutrem ou em ambientes que nos esgotam emocionalmente.

Estamos num trabalho que não nos inspira? Continuamos numa relação por medo da solidão? Vivemos de acordo com expectativas externas, esquecendo o que realmente valorizamos?

Muitos pacientes, ao trabalharem os seus pensamentos depressivos a partir de uma abordagem de defusão cognitiva (conforme explicado na Terapia de Aceitação e Compromisso), descobrem que estão a repetir uma história mental que não lhes pertence, como «a trágica história de mim mesmo».

A partir daí, podem começar a perguntar-se honestamente: «Que partes da minha vida estão a apagar-me?». Essa revisão vital é dolorosa, mas também libertadora. É a oportunidade de soltar o que já não se encaixa e redesenhar o que se encaixa.

Construir uma vida mais coerente com a própria essência

Sair da depressão implica mais do que eliminar sintomas: implica construir uma vida diferente. Às vezes, não basta sentir-se melhor, é preciso viver melhor.

Quando começamos a distanciar-nos dos pensamentos automáticos que dizem «não sou suficiente» ou «não valho nada», abre-se um espaço para nos perguntarmos: quem sou eu sem essa narrativa? Essa é a base da transformação.

Através de pequenas ações — como acordar cedo, comer com mais consciência, movimentar-se mesmo sem vontade —, começamos a recuperar uma sensação de controlo e dignidade.

Essa reconstrução não acontece da noite para o dia, mas cada decisão consciente de agir de forma diferente, mesmo com medo ou tristeza, nos alinha mais com uma vida autêntica. A chave não está em «curar-se» da depressão para voltar ao que era antes, mas em construir algo novo: uma vida mais coerente com quem somos e queremos ser.

Reconectar-se com a criatividade, o propósito e o que é significativo

Quando a pessoa começa a sair do estado depressivo, muitas vezes redescobre aspetos esquecidos de si mesma: a sua capacidade de criar, de sentir entusiasmo, de se conectar com o que lhe dá sentido. Como explicam vários terapeutas, a recuperação não passa apenas por reduzir o sofrimento, mas por acender novas fontes de sentido.

Voltar a escrever, pintar, ensinar, cuidar, explorar — não como uma obrigação, mas como uma expressão do ser — pode fazer toda a diferença. Até mesmo o humor, o jogo, a música, as pequenas paixões são formas de reconexão emocional que enfraquecem a narrativa depressiva.


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