O que são pensamentos automáticos e como surgem?

Os pensamentos automáticos são ideias, imagens ou interpretações que surgem na nossa mente de forma espontânea, rápida e involuntária em diversas situações.

Muitas vezes não temos plena consciência deles e da sua influência, mas desempenham um papel crucial na forma como nos sentimos e agimos, especialmente no contexto da ansiedade.

Natureza dos pensamentos automáticos

Estes pensamentos são "automáticos" porque não são o resultado de uma reflexão deliberada ou de um raciocínio profundo.

Simplesmente "surgem" no nosso fluxo de consciência, como um reflexo mental de um estímulo interno (uma sensação, uma memória) ou de um estímulo externo (uma situação, um comentário).

Podem ser verbais (frases curtas, juízos de valor) ou apresentadas sob a forma de imagens mentais vivas.

Embora breve e fugaz, o seu impacto emocional pode ser considerável.

Origem e formação

Os pensamentos automáticos não aparecem do nada.

Derivam das nossas crenças e esquemas subjacentes, que são estruturas mais profundas e estáveis de conhecimento sobre nós próprios, os outros e o mundo.

Estas crenças são formadas ao longo da nossa vida através das nossas experiências, da aprendizagem e da influência do nosso ambiente cultural e social.

Quando uma situação desencadeia uma destas crenças subjacentes, pode gerar pensamentos automáticos consistentes com essa crença.

Por exemplo, se uma pessoa tem a crença subjacente "Não sou suficientemente bom", quando confrontada com um novo desafio profissional, pode ter pensamentos automáticos como "Vou de certeza falhar" ou "Não estou a altura".

Pensamentos negativos automáticos (ANP) na ansiedade

No contexto da ansiedade, os pensamentos automáticos são muitas vezes predominantemente negativos e centrados na perceção de ameaça, perigo, vulnerabilidade ou incapacidade de lidar com uma situação.

Estes Pensamentos Negativos Automáticos (ANP) são um componente chave no modelo cognitivo da ansiedade.

Os PAN tendem a ser exagerados, distorcidos ou irrealistas, mas a pessoa ansiosa aceita-os frequentemente como verdades absolutas sem questionar.

Funcionam como uma espécie de "filtro" através do qual se interpreta a realidade, ampliando os perigos e subestimando os próprios recursos.

Identificar e desafiar estes pensamentos é um objetivo central da terapia cognitivo-comportamental.