Métodos de alimentação (I)

As crianças com menos de um ano de idade são particularmente vulneráveis a perturbações gástricas, principalmente devido à introdução inadequada de novos alimentos e a más práticas de higiene. É, portanto, essencial seguir todas as recomendações necessárias para prevenir distúrbios digestivos, que podem levar a défices nutricionais no primeiro ano de vida, uma vez que o seu organismo ainda não tem reservas suficientes para lidar com certas deficiências.

Hoje em dia, as formas de administrar os alimentos sólidos estão a evoluir e estão a ser utilizados dois métodos de alimentação com resultados positivos muito semelhantes: a alimentação à colher e as novas tendências da alimentação guiada pelo bebé, em que os bebés pegam em pequenos pedaços de comida diretamente com as mãos.

A decisão de começar com um ou outro, ou uma combinação de ambos, depende dos conhecimentos teóricos e práticos das mães, pais e prestadores de cuidados.

Nesta apresentação, forneceremos recomendações gerais para a introdução da alimentação complementar e faremos referência ao método de alimentação à colher.

Recomendações gerais para a introdução de alimentos complementares

• Cabe ao pediatra recomendar a ordem de introdução dos alimentos em função das condições nutricionais do bebé e tendo em conta as tradições regionais e familiares. Os pais devem ter em conta que recomendações não especializadas podem levar a graves problemas de desenvolvimento e de saúde para os seus filhos; além disso, algumas diretrizes de introdução de alimentos já estão ultrapassadas.
• Geralmente, recomenda-se começar com cereais infantis, devido ao seu teor de ferro, e depois incluir carne de frango caseira, arroz, legumes, vegetais e fruta. Os purés ou papas embalados são recomendados apenas em situações especiais.
• Cada novo alimento deve ser introduzido isoladamente, administrado diariamente durante uma semana, sem o combinar com outro novo alimento e nunca à hora do jantar, de modo a detetar possíveis reacções alérgicas; embora as alergias alimentares sejam geralmente imediatas, aparecendo apenas alguns minutos após a ingestão do alimento.
• Recomenda-se iniciar a alimentação complementar oferecendo uma refeição por dia; depois, aumentar o número para 2-3 refeições ao longo do dia, evitando que o excesso de comida leve à diminuição da lactação ou ao aumento de peso e à obesidade.

• Não se deve insistir nos alimentos que o bebé recusa nesse momento, mas sim retirá-los e oferecê-los após alguns dias. Deve-se continuar a oferecê-los até que sejam aceites, o que pode demorar até dez vezes após a primeira tentativa. Nunca se deve insistir ou forçar a criança a aceitar, lembre-se que não há necessidade de desesperar ou de se preocupar com o facto de a criança "comer bem", pois o leite continuará a cobrir a maior parte das suas necessidades.
• Os alimentos introduzidos nunca devem fornecer mais calorias do que as fornecidas pelo leite materno e/ou fórmula; o leite deve continuar a ser a principal fonte de energia entre os 6 e os 12 meses de idade.
• Introduza o maior número possível de alimentos permitidos e prepare-os de várias formas, respeitando todas as normas de higiene.
• As quantidades de fruta, legumes, cereais, batatas, massas, pão, arroz, etc. devem ser moderadas, tendo em conta o apetite da criança; no entanto, as quantidades de proteínas - frango, peixe, ovos - devem ser limitadas às necessidades nutricionais da criança, uma vez que os excessos destas aumentam o risco de excesso de peso e obesidade.
• A carne, o peixe, o marisco e os ovos devem ser sempre oferecidos bem cozinhados e acabados para evitar a presença de bactérias patogénicas como a salmonela.
• As crianças vegetarianas devem seguir dietas especialmente concebidas por nutricionistas para evitar deficiências nutricionais graves. Todos os vegetarianos, e especialmente as crianças após o fim da amamentação completa, são aconselhados a tomar regularmente suplementos de vitamina B12.
• Se a criança for amamentada, o bebé não deve receber papas, purés ou sumos no biberão, para evitar confusões de sucção que possam afetar a amamentação.

Administração de alimentos através de papas ou purés com colheres

No início da alimentação complementar, os alimentos devem ser introduzidos um a um e sob a forma de papas com uma textura completamente lisa e sem grumos ou fibras, para que não se entornem pela boca. Com o passar dos dias, a papa deve adquirir uma consistência de puré mais espessa.

Para que a criança possa engolir facilmente, recomenda-se colocar uma pequena quantidade de papa na parte média da língua com a ajuda de uma colher pequena; se a comida for depositada na ponta da língua, a criança provavelmente ir�