Prolongamento do aleitamento materno

Embora alguns estudiosos acreditem que o aleitamento materno exclusivo apenas até aos quatro meses seria adequado para obter efeitos protectores suficientes para a mãe e para o bebé, outros defendem que, até haver mais provas, a indicação ideal para o aleitamento materno exclusivo é até aos 6 meses, tal como recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Contra-indicações do aleitamento materno

O aleitamento materno está contraindicado apenas num pequeno número de situações inevitáveis em que a amamentação pode colocar a mãe ou a criança em risco de doença. Em todo o caso, a mãe deve informar-se junto do médico sobre qualquer tipo de medicação ou tratamento médico que esteja a seguir, pois alguns - fármacos, quimioterapia, etc. - podem afetar o bebé. Em caso de dúvida, a mãe deve consultar o seu médico e nunca interromper a amamentação por si própria.

Algumas contra-indicações absolutas são: cancro materno, quimioterapia, tuberculose, mães toxicodependentes e mães com psicose grave, entre outras.

Como é que uma mãe pode continuar a amamentar depois de regressar ao trabalho?

As mães que regressam ao trabalho e continuam a amamentar conseguem muitas vezes amamentar durante mais tempo do que as mães que ficam em casa. Cada família precisará de um plano para adaptar a amamentação às necessidades da mãe e do bebé que trabalham.

Uma vez que os bebés com mais de três meses não precisam de mais de 30 minutos para cada mamada, algumas mães podem ir ao local de nascimento do bebé duas ou três vezes por dia ou esperar que alguém as leve ao trabalho para amamentar. Podem também extrair o leite antes de irem para o trabalho e pedir ao pai ou a outra pessoa que lho dê enquanto ela está fora.

Depois de a criança ter seis meses, seria mais fácil, uma vez que as mamadas suplementares poderiam ser planeadas durante as horas em que a mãe está no trabalho e, no resto do tempo, ela continuaria com o leite materno.

É possível restabelecer o aleitamento materno após uma interrupção da amamentação?

Qualquer mãe pode restabelecer a amamentação - reativação - depois de ter interrompido a amamentação durante alguns dias, semanas ou mesmo meses, desde que tenha motivação suficiente, o apoio do seu companheiro ou da sua família e a orientação dos profissionais de saúde.

Para conseguir a pega, a mãe deve seguir os seguintes conselhos

• Colocar o bebé ao peito de uma em uma ou de duas em duas horas, mesmo durante a noite.

• O bebé deve permanecer em cada peito durante o tempo que desejar.

• Fazer com que o bebé pegue corretamente no peito para evitar traumatismos no mamilo, esvaziar completamente os seios e estimular a produção de leite.

• Se for necessário utilizar um leite complementar, este deve ser dado ao bebé com um copo, pois a utilização de biberões ou de chupetas provoca confusão na sucção ao peito, reduzindo a quantidade de leite que pode ser extraída.

As mães adoptivas podem amamentar mesmo que nunca tenham tido filhos?

Sim, muitas mulheres que nunca tiveram filhos conseguem amamentar sem complementar os seus bebés com leite em pó.

Mitos sobre a amamentação

Os seios pequenos produzem menos leite

• A produção de leite não depende do tamanho dos seios, mas sim das necessidades do bebé; se o bebé mamar mais, a produção de leite será maior.
• É por isso que os seios pequenos são mais fáceis de sugar e, por conseguinte, podem produzir mais leite do que os seios grandes.

Os mamilos devem ser lavados antes e depois da amamentação.

• Não é necessário nem recomendado lavar os seios antes ou depois da amamentação. A lavagem diária do corpo da mãe é suficiente para manter uma higiene correta dos seios. As substâncias que envolvem os mamilos produzem odores que atraem o bebé e também contêm germes que ajudam o sistema imunitário do bebé a desenvolver-se.

Durante a amamentação, a mãe sofre de mamilos doridos.

• As dores que as mães sentem nos primeiros dias de amamentação são temporárias. Com o passar dos dias, tanto a mãe como o bebé adaptam a sua postura e agarram-se ao peito até que todos os sintomas de desconforto sejam erradicados e a amamentação seja também agradável para a mãe.

Sempre que o bebé chora após a amamentação, é porque a mãe não tem leite suficiente para alimentar o bebé.

• As causas do choro podem ser várias, sendo a mais comum a cólica, que é geralmente causada por imaturidade intestinal. Quando o bebé chora, recomenda-se que as mamadas sejam mais frequentes; além disso, enquanto o bebé chora, deve ser segurado com a cabeça apoiada no ombro da mãe ou do pai, enquanto se massajam as costas do bebé.

Imediatamente após o nascimento, o bebé deve ser afastado da mãe para descansar.

• Recomenda-se que os bebés sejam colocados ao peito da mãe na primeira meia hora de vida. Esta prática ajuda a estabelecer o aleitamento materno exclusivo e contribui para a colonização intestinal do recém-nascido por bactérias benéficas da microbiota da mãe que protegem contra doenças infecciosas.
• A primeira abordagem é muito importante mesmo que o bebé não consiga beber uma gota de leite, pois o contacto pele a pele favorece a descida do leite e estimula os reflexos do bebé para começar a mamar o mais rapidamente possível.

Se começar a dar leite em pó ao seu bebé, ele deixará de aceitar o leite materno.

• É possível dar leite em pó ao bebé e continuar a amamentar com sucesso se a mãe continuar a oferecer o peito ao bebé com a maior frequência possível. A mãe deve estar consciente de que a introdução de outros tipos de leite na alimentação do bebé deve ser orientada e supervisionada pelo pediatra.

O aleitamento materno não é possível se a mãe estiver doente ou a tomar medicamentos.

• As mães podem continuar a amamentar quando estão doentes, desde que o médico as autorize e as oriente para o tratamento adequado. É igualmente necessário que a mãe informe o médico de qualquer outra medicação que esteja a tomar.

Se regressar ao trabalho, terá de desmamar o seu bebé.

• Se a mãe que amamenta tiver o apoio dos familiares e dos colegas de trabalho, pode continuar a oferecer o leite materno ao seu bebé mesmo que regresse ao trabalho.