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O desafio dos objetos abstratos (amor, sucesso, justiça)

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Transcrição O desafio dos objetos abstratos (amor, sucesso, justiça)


Definindo os objetos abstratos: sem corpo próprio, dependentes do concreto

Ao contrário dos objetos concretos, a comunicação torna-se infinitamente mais complexa quando abordamos os objetos abstratos.

A característica fundamental que os define é que não possuem corpo próprio; carecem de formas, cores, texturas, sabores ou sons inerentes que os identifiquem de forma universal.

Por esta razão, um objeto abstrato não pode ser percebido diretamente pelos sentidos.

Para poder existir na nossa comunicação, ele precisa "apropriar-se" de um objeto concreto que sirva como veículo ou representação.

Por exemplo, o conceito abstrato de «paz» é frequentemente representado através do objeto concreto de uma pomba branca. Esta dependência do tangível é fundamental para compreender a sua natureza.

A raiz dos grandes mal-entendidos: percepções radicalmente diferentes

Aqui reside a raiz dos problemas de comunicação mais profundos e persistentes.

Como os objetos abstratos não têm qualidades próprias, cada indivíduo os percebe à sua maneira, através do filtro da sua própria experiência e subjetividade.

Isso nos leva a uma questão fundamental: como podemos compartilhar e chegar a um acordo sobre algo que é, por natureza, radicalmente diferente para cada pessoa?

Quando falamos de conceitos como «sucesso» ou «liberdade», não estamos a descrever uma entidade externa e verificável, mas sim a tentar partilhar uma ideia interna e pessoal.

Essa divergência inerente às percepções é o terreno fértil perfeito para mal-entendidos.

Sentimentos, valores, virtudes e conceitos como objetos abstratos

Os objetos abstratos não são uma raridade filosófica; pelo contrário, estão omnipresentes nas nossas conversas mais importantes do dia a dia.

Eles compreendem uma vasta gama de ideias que definem a nossa experiência humana.

Entre eles estão os sentimentos (como o amor ou o ódio), as virtudes (a honestidade ou a prudência), os valores (a justiça ou a lealdade), as noções, os conceitos (a ideia de «família» ou de «lar») e disciplinas inteiras (como a filosofia ou a medicina).

Trocar ideias sobre esses elementos intangíveis é algo que fazemos constantemente, muitas vezes sem perceber que a pessoa com quem estamos a falar pode ter uma definição completamente diferente do que estamos a discutir.

De que cor é o amor? Qual é o sabor da educação?

Para compreender a magnitude do desafio, basta fazer perguntas simples, mas reveladoras.

De que cor é o amor? Para alguns, será vermelho paixão, para outros, rosa suave, e para alguém com o coração partido, poderá ser cinzento ou preto.

Qual é o sabor da educação? Talvez o cheiro de um livro velho, o sabor do café de uma noite de estudo ou a amargura de um exame reprovado.

Não existe uma resposta certa ou errada, porque estas perguntas tentam atribuir qualidades concretas a conceitos que não as têm. Cada resposta é um reflexo de uma realidade interna.

Este exercício demonstra que, ao comunicar abstrações, não descrevemos o mundo, mas revelamos uma parte de nós mesmos, esperando encontrar um eco no outro.

Resumo

Ao contrário dos concretos, os objetos abstratos não possuem um corpo próprio, pelo que não podem ser percebidos diretamente pelos sentidos. Para existirem na nossa comunicação, precisam de se «apropriar» de um objeto concreto que os represente.

Aqui reside a raiz dos grandes mal-entendidos, pois cada indivíduo percebe os objetos abstratos à sua maneira. Quando falamos de "sucesso" ou "liberdade", tentamos partilhar uma ideia interna e pessoal, não uma entidade externa.

Para entender o desafio, basta perguntar-se: de que cor é o amor? Ou qual é o sabor da educação? Não há uma resposta correta, pois cada uma é um reflexo de uma realidade interna e única.


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