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Comunicação não-verbal: a linguagem secreta que domina 93% da sua mensagem - habilidades comunicativas eficazes
Acreditamos que a comunicação reside nas palavras que escolhemos, mas a ciência conta uma história muito diferente. Em qualquer interação presencial, a nossa mensagem é transmitida através de múltiplos canais, e as palavras são, surpreendentemente, as menos influentes de todas. A comunicação não-verbal — uma dança complexa de gestos, posturas, expressões e uso do espaço — é a linguagem mais antiga e honesta da humanidade. Ela domina a conversa silenciosamente, revelando as nossas verdadeiras intenções e emoções. Compreender e dominar esta linguagem secreta não é uma opção; é a chave para ser um comunicador verdadeiramente persuasivo, credível e influente.
Um dos estudos mais citados no campo da comunicação, realizado pelo professor Albert Mehrabian, revelou uma distribuição de impacto que desafia a nossa lógica. De acordo com as suas descobertas, o impacto total de uma mensagem divide-se da seguinte forma:
Somados, os componentes não-verbais (voz e corpo) constituem esmagadores 93% do impacto total. Isto não significa que as palavras não importem, mas que o seu significado é filtrado e interpretado através da poderosa lente da comunicação não-verbal. Como dizemos algo é exponencialmente mais poderoso do que o que dizemos.
A cinésica é o estudo do movimento corporal. A nossa postura e gestos são indicadores incrivelmente reveladores do nosso estado interno e da nossa atitude em relação aos outros.
A postura corporal pode ser classificada em duas grandes categorias. Uma postura aberta (braços e pernas descruzados, palmas visíveis, corpo orientado para a outra pessoa) comunica acolhimento, confiança e sinceridade. É um convite não-verbal ao diálogo. Pelo contrário, uma postura fechada (braços ou pernas firmemente cruzados, corpo angulado para longe) cria uma barreira física. É frequentemente interpretada como defensiva, desacordo ou desconforto. Um comunicador eficaz mantém conscientemente uma postura aberta para projetar uma imagem acessível e confiável.
[Imagem de uma pessoa com linguagem corporal aberta vs. linguagem corporal fechada]As mãos são ferramentas de comunicação extraordinárias. Usadas corretamente, podem enfatizar, clarificar e adicionar dinamismo à nossa mensagem. Gestos como usar os dedos para enumerar pontos, mostrar as palmas abertas para indicar honestidade ou usar as mãos для descrever uma forma adicionam uma camada visual que auxilia a compreensão. O movimento natural das mãos transmite paixão e convicção, enquanto escondê-las nos bolsos ou mantê-las rígidas pode projetar nervosismo ou falta de transparência.
A proxêmica, um termo cunhado pelo antropólogo Edward T. Hall, é o estudo de como usamos e percebemos o espaço. A distância que mantemos dos outros é uma forma de comunicação não-verbal que revela a natureza das nossas relações.
Hall classificou o espaço pessoal em quatro zonas principais:
Estar ciente destas zonas e respeitar os seus limites é crucial para uma interação social fluida e respeitosa.
Além da distância, o ângulo do nosso corpo é uma pista fundamental. Apontar o nosso tronco e pés diretamente para o nosso interlocutor é um sinal inequívoco de atenção e interesse. Pelo contrário, se a nossa cabeça está a olhar para a pessoa, mas o nosso corpo está orientado para a porta, estamos inconscientemente a comunicar um desejo de terminar a conversa. Prestar atenção a esta "fuga" não-verbal dá-nos uma leitura precisa do verdadeiro nível de envolvimento.
O rosto é a tela das nossas emoções. O sorriso e o olhar são, talvez, as mais poderosas ferramentas de conexão que possuímos.
O contato visual é a base da confiança. Manter uma conexão visual durante cerca de 70-80% de uma conversa comunica empenho, sinceridade e credibilidade. No entanto, o equilíbrio é fundamental. O contato visual excessivo pode ser percebido como intimidante, enquanto evitar o olhar é frequentemente interpretado como desinteresse, insegurança ou até desonestidade. O objetivo é um olhar relaxado e atento, não um olhar fixo.
Nem todos os sorrisos são criados da mesma forma. O sorriso genuíno, chamado "sorriso de Duchenne" em homenagem ao neurologista que o estudou, é um ato involuntário que envolve não só os músculos da boca, mas também os músculos orbiculares que rodeiam os olhos. Esta contração cria pequenas rugas nos cantos dos olhos ("pés de galinha"). Um sorriso falso ou social, por ser voluntário, geralmente ativa apenas a boca. A ausência de movimento nos olhos é o sinal mais claro de que o sorriso não reflete uma emoção real.
A lição mais importante da comunicação não-verbal é a necessidade de congruência. Uma mensagem só é verdadeiramente persuasiva quando as palavras, o tom de voz e a linguagem corporal contam exatamente a mesma história. Se disser à sua equipa: "Estou entusiasmado com este projeto", com um tom monótono e ombros descaídos, a mensagem que eles receberão será de desinteresse. O cérebro humano está programado para confiar no sinal não-verbal quando há uma contradição. A falta de alinhamento cria desconfiança, enquanto a congruência total é a base sobre a qual a influência e a credibilidade são construídas.