Transcrição Componentes da inteligência emocional
A inteligência emocional passou de um tema de investigação pouco conhecido na psicologia para um acontecimento mediático.
Embora outros psicólogos e psiquiatras tenham abordado a existência de outros factores ou tipos de inteligência para além da puramente cognitiva, e desenvolvido teorias fundamentais que desenvolveram o tema, a sua ascensão e popularidade deve-se a Daniel Goleman.
Ele tem sido o seu principal divulgador desde que publicou o seu livro sobre o assunto em 1995, e é responsável por aproximar a inteligência emocional das pessoas.
Mas porque é que toda a gente abraçou este conceito com tanto entusiasmo? Bem, em parte pela mesma razão que a inteligência intelectual tem sido respeitada e valorizada; a inteligência emocional é um conjunto de competências que está diretamente associado ao sucesso e ao progresso.
A diferença é que a inteligência emocional tem um impacto maior na vida das pessoas, porque somos seres sociais que ainda se guiam em grande parte pelas nossas emoções, consciente ou inconscientemente. Somos seres que têm de se relacionar e trabalhar em conjunto para conseguirmos o que queremos.
Uma das afirmações mais fortes de Goleman é que o sucesso na vida depende de 80% de factores emocionais e apenas 20% de factores puramente cognitivos. Outro aspeto fundamental é que este tipo de inteligência pode ser moldado. Tal como a inteligência cognitiva tradicional, a inteligência emocional é o resultado do nosso património genético e daquilo que conseguimos fomentar durante os primeiros anos de formação. A diferença é que ela pode continuar a crescer ao longo da vida.
Impacto da inteligência emocional
Como era de esperar, o sector empresarial interessou-se de imediato pelo alcance desta teoria e pela sua possível aplicação para aumentar a produtividade e o desempenho dos seus recursos humanos. Atualmente, é tida em conta no desenvolvimento de estratégias organizacionais e tem sido um fator determinante na formação de quadros superiores, devido ao seu impacto na liderança. E também em áreas como o marketing, as vendas e o serviço ao cliente.
Esta não é a única esfera que abraçou os ensinamentos da inteligência emocional; na educação, na psicologia e no coaching, ela já faz parte dos seus processos. Mas o seu verdadeiro impacto reside na sua utilização quotidiana, na possibilidade de melhorar a nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar. A inteligência emocional está profundamente relacionada com o desenvolvimento pessoal.
Isto não quer dizer que gerir ou ajustar as nossas emoções seja uma tarefa fácil; requer um esforço considerável. Goleman diz-nos que estas competências podem ser adquiridas através do autodomínio ou treino, sendo que o nosso lado racional desempenha um papel fundamental para nos ajudar a desenvolver as competências necessárias.
Principais componentes da inteligência emocional
A inteligência emocional envolve os processos de reconhecimento, utilização, compreensão e manipulação das nossas emoções e sentimentos para mudar, influenciar os outros ou resolver situações. Para tal, a pessoa deve envolver-se e desenvolver uma série de competências práticas que a ajudem no seu esforço de crescimento.
De seguida, apresentamos os cinco componentes fundamentais da inteligência emocional identificados por Goleman que devemos ter em conta ao criar qualquer estratégia de desenvolvimento emocional.
Autoconsciência: Refere-se à necessidade de identificar corretamente as nossas emoções e sentimentos. Compreender o que estamos a sentir. Reconhecer os nossos estados de espírito e a forma como influenciam as nossas acções, se possível enquanto estão a acontecer.
Com este conhecimento, podemos usar as emoções para pensar melhor e evitar tomar uma resolução quando nos apercebemos que estamos a ser dominados ou dominados por um determinado estado emocional, por exemplo.
Autorregulação:É dar um passo no sentido de escolher com que sentimento se identificar, consoante seja útil ou não naquele momento. Trata-se de exercer o autocontrolo, de nos dominarmos antes que as nossas emoções nos arrastem para onde sabemos que não queremos ir. Também tirar partido dos nossos estados de espírito, ou saber comportar-se numa situação desvantajosa sem perder a calma.
Motivação:Está relacionada com a nossa capacidade de não nos distrairmos com gratificações imediatas ou de nos deprimirmos com os obstáculos que surgem, mas de mantermos a nossa energia concentrada na meta ou no objetivo que nos propomos. Se estivermos
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