Modelo de motivação

A capacidade de motivar é uma competência frequentemente subestimada. Um coach competente compreende que a motivação pode flutuar e que, em alturas de desânimo ou insegurança, é essencial dar apoio. A motivação é um elemento crucial no campo do coaching de liderança e trabalho em equipa, uma vez que desempenha um papel fundamental no desempenho e na concretização de objectivos.

Embora existam múltiplos factores que influenciam o desempenho humano, é importante abordar a motivação como um dos pilares fundamentais para alcançar resultados positivos na equipa e na organização.

Teoria da autodeterminação

O aspeto da motivação tem sido objeto de reflexão e análise, tanto numa perspetiva pessoal como na gestão de equipas. Certamente que, no seu papel de gestor ou de líder, já pensou em como influenciar a motivação das pessoas que o rodeiam, incluindo os membros da sua equipa. Foram desenvolvidos numerosos livros e teorias sobre este tema, reflectindo a sua relevância no ambiente de trabalho.

Alguns dos modelos e teorias de motivação mais populares são:

• A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow.

• A teoria dos três factores de Maclelland.

• Teoria da expetativa.

• A teoria do duplo fator de Herzberg.

• A teoria da definição de objectivos de Edwin Locke.

• A teoria da equidade de Stancey Adams.

• A teoria da autodeterminação de Edward L. Deci e Richard M. Ryan.

Aqui explicaremos um pouco mais sobre esta última abordagem, embora o convidemos a investigar as outras para que possa tirar as suas próprias conclusões sobre o assunto.

Um dos modelos mais aceites é o Modelo de Autodeterminação, desenvolvido por Edward L. Deci e Richard M. Ryan. Este modelo defende que a motivação deriva de três necessidades psicológicas básicas:

• Necessidade de Competência: as pessoas têm uma tendência natural para procurar desafios e para demonstrar as suas competências e aptidões em diferentes áreas. A satisfação desta necessidade resulta num aumento da motivação intrínseca, uma vez que as pessoas procuram melhorar e ultrapassar obstáculos.

• Necessidade de autonomia: A autonomia refere-se ao sentimento de ter controlo e escolha sobre as próprias acções. Quando as pessoas sentem que têm a liberdade de tomar decisões e agir de acordo com os seus próprios valores e preferências, a sua motivação aumenta.

• Necessidade de ligação social: A necessidade de se relacionar com os outros e de se sentir ligado é fundamental para a motivação. As relações sociais significativas e de apoio contribuem para um maior sentimento de pertença e satisfação pessoal.

O modelo de auto-determinação também distingue entre dois tipos de motivação:

• Motivação intrínseca: A motivaçãointrínseca refere-se ao impulso interno que surge da satisfação pessoal e de um sentimento de realização. As pessoas envolvem-se em actividades pelo simples prazer e satisfação que delas retiram.

• Motivaçãoextrínseca: A motivaçãoextrínseca baseia-se em recompensas externas, como o reconhecimento, o dinheiro ou o estatuto. Embora possa influenciar o comportamento, a motivação extrínseca tende a ser menos duradoura do que a motivação intrínseca.

Hierarquia das motivações

Muitos investigadores também se referiram à motivação como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as motivações mais superficiais e tangíveis, como as recompensas materiais e o reconhecimento. À medida que subimos na pirâmide, passamos para motivações mais internas e pessoais, como a procura de um objetivo e a ligação a um significado transcendente. Esta hierarquia permite uma compreensão mais profunda da forma como os indivíduos se motivam e como as diferentes fontes de motivação podem interagir e coexistir.

Ao nível espiritual, a procura de um objetivo e de um sentido para a vida torna-se um poderoso motor. A religião, a comunidade, a família e outros aspectos da vida moldam esta dimensão. Embora não se trate de determinar qual a crença correta, é inegável que a procura de sentido e de objetivo é inerente à condição humana e, por conseguinte, um fator que influencia a motivação.

Continuando nesta pirâmide motivacional, o nível seguinte aborda a interação social. A necessidade de pertencer a um grupo, de trabalhar em equipa e de construir relações está no centro desta dimensão. Os laços sociais, seja num ambiente de trabalho ou pessoal, desempenham um papel vital na motivação e na colabora