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Neuromitos nas técnicas de estudo - tecnicas estudo
Infelizmente, vivemos em uma sociedade que frequentemente aceita como verdadeiros dados que carecem de respaldo científico. Sobre o sistema nervoso, seu funcionamento e componentes, há muito desconhecimento que dá origem aos neuromitos, os quais frequentemente se difundem no âmbito educacional.
O termo neuromito é atribuído ao neurocirurgião britânico Alan Crockard, que o utilizou no final do século passado para descrever dados sem base científica que circulavam sobre o cérebro humano. Atualmente, ele ainda é usado para se referir a crenças errôneas ou interpretações incorretas sobre fatos neurocientíficos.
Esse mito foi erroneamente associado a Albert Einstein, embora sua origem remonte ao final do século XIX, quando algumas pesquisas científicas indicaram que apenas uma pequena parte do cérebro estava relacionada às funções cognitivas. Espalhou-se a ideia de que apenas essa parte era ativada em momentos específicos.
A realidade é que usamos 100% do nosso cérebro. Esse órgão altamente eficiente consome 20% do oxigênio e 50% da glicose do nosso corpo. Pensava-se que ativar todo o cérebro simultaneamente era inviável devido ao alto gasto energético, mas estudos de neuroimagem demonstraram que o cérebro se ativa completamente para realizar diversas tarefas. Mesmo durante o sono, todas as áreas do cérebro estão ativas.
É verdade que os primeiros cinco anos são cruciais para o desenvolvimento, mas o neuromito surge ao afirmar que são os "únicos" momentos importantes. Ao longo da vida, continuamos a desenvolver habilidades cognitivas e motoras, o que demonstra a neuroplasticidade do cérebro, permitindo-nos aprender em qualquer fase da vida.
Curiosamente, os hemisférios não controlam as funções das partes do corpo às quais seus nomes fazem referência. O hemisfério esquerdo coordena a parte direita do corpo e vice-versa.
As funções dos hemisférios não são fixas e podem variar entre indivíduos. Em geral, o hemisfério esquerdo está associado ao raciocínio, à linguagem e às habilidades técnicas, enquanto o direito está relacionado à criatividade e à imaginação. No entanto, ambos os hemisférios se conectam por milhares de axônios, trabalhando em conjunto e não de forma isolada.
Popularizou-se a ideia de que reproduzir uma sonata específica de Mozart melhorava a atenção e a concentração das crianças ao estudar.
É importante esclarecer que a música pode ter efeitos positivos na atenção. Existem estudos que indicam que esses estímulos podem aumentar a concentração e a atenção, no entanto, o efeito não é duradouro e não se limita a uma sonata de Mozart, pois varia de acordo com as preferências pessoais de cada indivíduo.
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