PorCursosOnline55
A psicologia por detrás da procrastinação - procrastinacao
A procrastinação é um fenómeno que afecta a maioria das pessoas em algum momento das suas vidas. O termo "procrastinação" vem do latim procrastinare, que significa "adiar para amanhã" e do grego akrasia, que significa "agir contra o seu melhor julgamento". Este ato de procrastinar é, na sua essência, uma decisão ativa de fazer algo que não é prioritário, apesar de saber que adiar a tarefa pode ser prejudicial no futuro.
Contrariamente à crença popular, a procrastinação não é simplesmente um problema de gestão do tempo ou um medo de falhar. Em vez disso, está mais relacionada com a regulação emocional e a incapacidade de gerir as nossas emoções de forma eficaz. Quando procrastinamos, estamos a dar prioridade às recompensas a curto prazo em detrimento dos benefícios a longo prazo. Isto significa que procuramos uma gratificação imediata, como ver uma série de televisão ou passar tempo com os amigos, em vez de concluirmos uma tarefa importante.
A procrastinação pode ser crónica ou situacional. Os procrastinadores crónicos têm frequentemente problemas perpétuos para concluir tarefas, enquanto os procrastinadores situacionais tendem a adiar tarefas específicas que consideram pouco apelativas ou aborrecidas. De acordo com estudos, a procrastinação é comum entre os estudantes, com 80-95% deles a adotar este comportamento.
A procrastinação não só afecta o desempenho académico ou profissional, como também tem consequências significativas para a nossa saúde mental. A procrastinação está associada a níveis mais elevados de stress, ansiedade, baixa autoestima e, em casos mais graves, a perturbações do humor, como a depressão. Quando adiamos tarefas importantes, não só aumentamos a nossa carga de trabalho, como também geramos um ciclo de pensamentos negativos que podem afetar o nosso bem-estar emocional.
A investigação mostra que os procrastinadores sentem menos stress no início de um projeto, mas o seu nível de stress aumenta significativamente à medida que o prazo se aproxima. Isto afecta não só o seu desempenho, mas também a sua saúde geral, aumentando a probabilidade de doença e diminuindo o seu bem-estar geral.
Uma das razões pelas quais procrastinamos é a desconexão entre o nosso "eu" atual e o nosso "eu" futuro. Quando não nos identificamos suficientemente com o nosso "eu futuro", tendemos a subestimar a importância de realizar tarefas que o irão beneficiar. Este fenómeno sugere que a ligação de um projeto ao nosso conceito de identidade pessoal pode aumentar o seu valor subjetivo e, consequentemente, a nossa motivação para o concluir.
Existem várias estratégias para combater a procrastinação. Uma técnica eficaz é dividir grandes tarefas em partes mais fáceis de gerir, o que reduz a sensação de esforço necessário e faz com que o trabalho pareça menos avassalador. Outra estratégia consiste em visualizar vividamente a recompensa futura, o que pode fazer com que o projeto pareça mais valioso no presente.
Além disso, a prática da auto-compaixão pode ajudar a reduzir a procrastinação. Em vez de nos castigarmos por procrastinarmos, devemos concentrar-nos numa abordagem mais positiva, que nos pode motivar a abordar as tarefas com maior entusiasmo. Mudar a narrativa das nossas tarefas, encarando o trabalho como uma oportunidade e não como uma obrigação, também pode ser benéfico.
No fim de contas, ultrapassar a procrastinação requer uma mudança de mentalidade. Ao ligarmos as nossas tarefas à nossa identidade e valores, e ao adoptarmos uma abordagem mais compassiva e positiva ao nosso trabalho, podemos reduzir a procrastinação e melhorar o nosso bem-estar geral.