PorCursosOnline55
Famílias permissivas - educar criancas responsaveis
A resposta inteligente a esta pergunta poupará muitos problemas aos pais e aos filhos, porque aborda uma questão que nem sempre é tida em conta: a qualidade do amor que damos aos nossos filhos. A realidade mostra que, para além de os amarmos profundamente, é essencial encontrar o equilíbrio certo entre expressar o nosso afeto por eles e exercer o controlo e a disciplina necessários.
Na primeira fase da vida, as crianças necessitam de proteção e cuidados totais por parte dos pais. Ironicamente, porém, a fragilidade evidente das crianças pequenas, quando maltratadas pelos adultos, volta-se contra elas. Com efeito, apesar de os estudiosos da psicologia infantil salientarem que, nos primeiros anos de vida, todas as pessoas passam por uma fase em que se comportam como o centro das atenções e exigem ser agradadas, não há necessidade de lhes dar mais importância do que aquela de que necessitam. Quando os pais não têm em conta este fator, tendem a interpretar mal as acções exigentes dos filhos e acabam por afetar as bases sólidas sobre as quais deve assentar a sua formação como futuros adultos capazes de enfrentar os desafios do mundo real com maturidade, sensibilidade para com os outros e uma atitude inteligente e prestável para consigo próprios e para com os que os rodeiam. Com o tempo, é possível identificar, pela sua atitude, os filhos mimados por este tipo de pais superprotectores.
Os pais que permitem que os filhos ajam de acordo com os seus gostos, sem seguir regras ou ter limites, assumem que estão a fomentar o sentido de independência e liberdade individual dos filhos. Outros pais permissivos, devido às suas personalidades inseguras, não exercem a autoridade com firmeza suficiente e acabam por ser manipulados pelos filhos. Muitos pais acreditam que crescer livremente e sem controlo é a forma de os seus filhos serem crianças felizes e evitarem as tensões geradas pelas suas exigências e requisitos. Muitos pais permissivos também tiveram uma infância cheia de falhas por diferentes razões. Por isso, quando se tornam pais, querem curar esse passado que os magoa, e podem ouvir-se dizer: "O meu filho não vai passar pelo que eu passei", satisfazendo todos os caprichos dos filhos, rodeando-os de riqueza material, mas não os estimulando a incorporar valores úteis para a sua vida adulta. E pode haver muitas outras razões que justifiquem a sua atitude, mas isso mostra que dão afeto e amor à sua família.
Os efeitos deste estilo de educação podem ser observados no comportamento negativo de alguns adultos que encontramos no quotidiano, pois têm um comportamento irresponsável, imaturo, não se adaptam facilmente às regras estabelecidas, seja no ambiente de trabalho, estudantil ou social, porque ao crescerem em lares onde não havia rotinas de vida ordenadas e estáveis, cultivam a preguiça, não são pontuais nem respeitadores, perdem o controlo em situações que não sabem gerir e, embora saibam exprimir afeto, são calorosos e carinhosos, formam muitas vezes uniões sentimentais infelizes em que o parceiro sofre os caprichos e a impulsividade que os caracteriza, pois cresceram acreditando que tinham sempre razão e, sem estarem em condições de compreender os outros, procuram a gratificação imediata, Não aceitam um não como resposta, chegando a situações agressivas, pelo que podemos compreender que parte da violência doméstica de que muitas pessoas são vítimas tem origem neste modelo de educação.
Muitos adolescentes apresentam comportamentos sociais desadequados, pois provêm de famílias permissivas onde não lhes foi dada prioridade a uma educação e disciplina adequadas, perdendo a oportunidade de adquirir conhecimentos e competências úteis para a sua vida.
Professores, sociólogos e assistentes sociais afirmam encontrar com frequência este tipo de educação, em que as crianças recebem amor, mas não estão preparadas para se integrarem com sucesso na sociedade.