Tratamento da informação

Saber como é que o nosso cérebro é capaz de processar a informação que recebe do exterior é importante, mas para o fazer, é necessário primeiro compreender como é que ele funciona internamente. Os neurónios, ou células nervosas, como também são chamados, são responsáveis pela receção das informações provenientes das terminações nervosas de todo o corpo. Eles transmitem as sensações processadas pelo cérebro. A informação chega às células através de um processo chamado axónio, e a sinapse é a ligação da informação de um neurónio a outro; a sinapse pode ser excitatória ou inibitória.

Um facto curioso é que a absorção de informação a partir da experiência, que ocorre sobretudo durante os primeiros anos de vida, é causada por uma sobreprodução sináptica seguida de uma perda selectiva de memórias.

Um indivíduo meses após o nascimento tem mais sinapses do que na idade adulta. Este processo ocorre no córtex cerebral do cérebro, especificamente no córtex visual. Isto acontece porque nesta fase inicial da vida formam-se muitas sinapses que depois desaparecem; é por isso que não temos muitas memórias dos nossos primeiros meses ou anos. O processo de formação de sinapses estabiliza-se em cerca de 3 anos no córtex visual, enquanto noutras zonas do córtex frontal pode demorar até 10 anos.

O outro método conhecido de formação de sinapses é a adição de novas sinapses. Este processo ocorre ao longo da vida de uma pessoa, selecionando as ligações que são importantes ou significativas e as que não são, eliminando-as, o que condiciona a memória e as memórias que temos.

Processamento da informação

Os órgãos sensoriais são responsáveis por transformar sensações como os estímulos físicos associados ao som, ao toque, ao cheiro, etc., em sinais electroquímicos, e é assim que se inicia o processamento da informação.

Esta é depois transformada pelos algoritmos do cérebro e descodificada. Por exemplo, se estivermos numa galeria de arte a observar os quadros expostos, o nosso cérebro processa toda a informação relativa ao quadro, como a cor, as figuras, a orientação, os contornos, entre outros pormenores. Neste momento, toda a informação recebida é filtrada para determinar o que é significativo e o que não é; caso contrário, estaria a processar e a reagir a todos os pormenores daquela sala.

O armazenamento da informação

É evidente que, para que o cérebro seja capaz de processar informação, tem de ser capaz de a armazenar. Para isso, existe a memória em todas as suas variantes: memória de curto prazo, de longo prazo e de trabalho. As etapas são as seguintes: a informação é primeiro codificada e depois armazenada. A memória de trabalho, por exemplo, armazena a informação durante menos de 30 segundos.

Recuperação da informação

A informação não é apenas codificada e armazenada, mas também recuperada.

Lembra-se de todas as vezes que tentou lembrar-se de algo específico?

É esse o processo de recuperação; por vezes é bem sucedido e outras vezes não. A tarefa de recuperação não é fácil, pois envolve muitas vezes a tarefa de reconstruir uma cena com base em pormenores isolados que não são muito precisos. As memórias nem sempre são fiáveis, pois há muitos factores que as podem manipular ou distorcer.

O nosso sistema de memória é extremamente complexo, mas sem dúvida eficaz em muitas ocasiões. A recuperação da memória é um processo que requer a codificação da memória em causa no mais curto espaço de tempo possível e a sua colocação na nossa memória de longo prazo.