Repetição espaçada

A técnica de estudo que se segue não é uma das mais populares, mas tem um efeito muito poderoso quando se trata de memorizar grandes quantidades de conteúdo e tem um grande apoio científico.

A técnica a que nos referimos é a repetição espaçada, que para muitas pessoas pertence ao grupo das técnicas mnemónicas. No entanto, dada a sua importância e caraterísticas únicas, consideramos que se trata de uma técnica autónoma, que tem a complexidade necessária para lhe dedicar uma atenção especializada.

No guia que se segue, analisaremos os aspectos fundamentais que distinguem esta técnica, para que tenha os elementos necessários para a pôr em prática durante os seus dias de estudo.

O que é?

A técnica da repetição espaçada é regularmente aplicada para cargas de estudo elevadas. A sua eficácia aumenta quando os conteúdos a memorizar são extensos e cansativos. Baseia-se no facto de que deixar um período de tempo mais longo entre cada sessão de revisão é muito mais eficaz do que estudar intensivamente. Os efeitos da memorização desta forma são muito mais duradouros do que os efeitos imediatos que se podem obter de um esforço intensivo mas curto.

A base científica em que assenta esta técnica remonta à segunda metade do século XIX, quando começaram a ser efectuadas investigações associadas aos efeitos da memória espaçada. Quando se testou a retenção de conteúdos em pessoas que dedicavam um determinado número de horas à memorização intensiva de uma matéria, em comparação com as que distribuíam o mesmo número de horas durante a semana, os resultados revelaram uma superioridade assinalável do segundo grupo.

Embora seja possível memorizar de ambas as formas, intensivamente ou de forma espaçada, fazê-lo de forma espaçada gera efeitos de retenção muito mais elevados. Talvez seja daqueles que estudam intensamente para um exame, seja por falta de tempo ou por má gestão do tempo. Se for este o seu caso, já deve ter reparado que no dia do exame dominava bem todo o conteúdo estudado, mas ao fim de três dias já não se lembrava de grande parte do que tinha memorizado e ao fim de uma semana já se tinha esquecido de tudo.

Formas de aplicação

A primeira coisa é ter tempo. É claro que memorizar desta forma exige que se tenha o tempo necessário, caso contrário é impossível aplicar a técnica da repetição espaçada. Uma vez que se dispõe de tempo, é preciso saber geri-lo, atribuir um determinado número de horas de estudo a cada dia que se tem disponível para estudar e, em função do tempo que se tem disponível, começar a estudar pouco a pouco, d