Transcrição Estratégias para gerir sentimentos de culpa
A culpa, quando funcional, ajuda-nos a reparar as nossas relações e a tornarmo-nos pessoas melhores. Mas quando se torna crónica ou desproporcional, torna-se uma emoção disfuncional.
Paralisa-nos, atormenta-nos e impede-nos de seguir em frente. Longe de nos ajudar a agir de forma diferente, imobiliza-nos no remorso.
Nestes casos, existem várias estratégias que nos podem ajudar a suavizar o seu impacto.
A primeira e mais importante é perceber que a culpa não pode mudar o passado. Ruminar sobre o que fizemos de errado não vai alterar os factos.
Devemos perguntar-nos: Quantas coisas estou a evitar fazer no presente por causa do passado? Aceitar o que aconteceu é o primeiro passo para nos libertarmos.
Em segundo lugar, é crucial reconsiderar o nosso sistema de valores.
Devemos analisar quais os valores que são verdadeiramente nossos e quais os que nos são herdados ou impostos. Isto ajudar-nos-á a ser mais honestos connosco próprios.
E a perceber quando um sentimento de culpa é totalmente dispensável por não corresponder aos nossos princípios atuais.
É também útil tentar ser mais objetivo.
Devemos avaliar as verdadeiras consequências do nosso comportamento. Muitas vezes, a nossa mente exagera a gravidade das nossas ações.
O que fiz foi assim tão terrível? Ou estou a punir-me excessivamente? Outra estratégia é não permitir que outras pessoas nos manipulem através da culpa.
Por vezes, os outros podem tentar fazer-nos sentir culpados para conseguirmos o que desejam. Devemos ser fiéis ao nosso próprio sistema de valores.
Se acreditamos que devemos fazer algo que os outros não aprovarão, devemos fazê-lo assumindo as consequências com responsabilidade, e não com culpa.
Resumo
A culpa funcional pode impulsionar-nos a crescer, mas quando se torna crónica ou desproporcional, transforma-se num fardo emocional que nos paralisa e bloqueia. É essencial aprender a lidar com ele.
Uma estratégia fundamental é aceitar o passado e deixar de nos castigar mentalmente. Refletir sobre se a culpa nos está a impedir de seguir em frente e se decorre dos nossos próprios valores ou de valores herdados pode ajudar-nos a libertarmo-nos de culpas desnecessárias.
É também útil questionar a objetividade da culpa. Muitas vezes exageramos as nossas falhas. Além disso, devemos evitar ser manipulados emocionalmente pelos outros e agir de acordo com os nossos valores pessoais, e não por imposições externas.
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