Teorias da inteligência: um conceito multifacetado

Inteligência Geral de Charles Spearman (o Fator "g")

O psicólogo Charles Spearman acreditava que todos nós possuímos uma única inteligência geral que está no cerne de todo o nosso comportamento inteligente.

Esse fator geral, conhecido como fator "g", é o que explica por que pessoas com pontuação alta em uma área, como inteligência verbal, também costumam ter pontuação acima da média em outras.

Embora Spearman reconheça que as pessoas podem ter habilidades especiais e excepcionais, sua teoria sugere que todas as nossas habilidades intelectuais estão conectadas por esse fator subjacente.

Essa visão propõe que a inteligência pode ser representada por um único número ou pontuação, um conceito que tem sido fundamental no desenvolvimento de muitos testes de QI.

Inteligências Múltiplas de Howard Gardner

Em contraste direto com a ideia de um fator geral, Howard Gardner desenvolveu uma teoria influente propondo a existência de pelo menos oito inteligências.

De acordo com essa visão, essas diferentes formas de inteligência são relativamente independentes umas das outras, o que explica por que uma pessoa pode se destacar em uma área.

Gardner identificou inteligências como linguística, lógico-matemática, musical, espacial, interpessoal, intrapessoal e naturalista, entre outras.

Para ele, um programador, um poeta e um armador de um time de basquete demonstram diferentes tipos de inteligência, que não podem ser medidos por uma única escala.

Cada uma dessas múltiplas inteligências, em sua visão, está ligada a um sistema independente dentro de nossos próprios cérebros.

Teoria Triárquica de Robert Sternberg

Robert Sternberg concorda com Gardner que existe mais de um tipo de inteligência, mas sua teoria triárquica propõe três tipos diferentes, não oito.

A primeira é a inteligência analítica, que é usada em problemas acadêmicos e medida por testes de inteligência tradicionais.

A segunda é a inteligência criativa, que é demonstrada pela reação adaptativa a novas situações e geração de ideias completamente novas.

A terceira é a inteligência prática, necessária para o dia a dia tarefas e é frequentemente descrita como "senso comum" ou "esperteza de rua".

Inteligência Fluida e Cristalizada

Finalmente, alguns psicólogos sugeriram a existência de dois tipos diferentes de inteligência, que são a inteligência fluida e a inteligência cristalizada.

A inteligência fluida reflete nossas habilidades de processar informações, bem como nossas habilidades de raciocínio e o funcionamento de nossa própria memória.

Em contraste, a inteligência cristalizada é o acúmulo de informações, habilidades e estratégias que as pessoas aprenderam por meio da experiência.

A inteligência cristalizada, que se baseia no conhecimento acumulado, é a inteligência que geralmente aplicamos em nossas vidas para resolver diferentes problemas.