Por que educar o paciente e seu entorno sobre a depressão melhora o tratamento.

Muitas pessoas que sofrem de depressão chegam com ideias erradas sobre a sua condição. Elas tendem a pensar que são fracas ou que deveriam ser capazes de melhorar com força de vontade, o que agrava o seu mal-estar emocional. Fornecer informações claras sobre a natureza da depressão, as suas causas e sintomas permite ao paciente compreender que se trata de uma doença real e tratável. Isso diminui a culpa, a vergonha e a confusão inicial.

Explicar de forma simples favorece a aceitação

O uso de exemplos cotidianos, analogias compreensíveis e material visual ajuda o paciente a integrar o conhecimento sem tecnicismos. Quanto mais clara for a informação, mais rápido pode começar o processo de aceitação. Saber que não é o único na sua situação, nem o causador direto do que lhe acontece, gera alívio e abre a porta para o compromisso com o tratamento.

Incluir o ambiente melhora o acompanhamento

Familiares, amigos ou cuidadores podem influenciar positiva ou negativamente o processo de recuperação. É fundamental que compreendam o que é a depressão e como evitar frases que, embora bem-intencionadas, são prejudiciais. A educação do ambiente permite criar um clima de maior empatia, reduzir o estigma e oferecer um apoio mais eficaz e respeitoso.

Informar sobre o tratamento favorece a adesão

Muitos pacientes abandonam os medicamentos se não notam melhorias rápidas ou devido a efeitos secundários. Explicar como funcionam os medicamentos, os seus tempos e possíveis reações adversas diminui a ansiedade e melhora a continuidade do tratamento. Também é importante esclarecer dúvidas e receios frequentes relacionados com a medicação para prevenir a rejeição antecipada.

A psicoeducação é um processo contínuo

Não se trata de uma única sessão informativa. A educação deve ser reforçada ao longo do processo terapêutico com ferramentas adaptadas: gráficos, vídeos, exercícios práticos ou registos emocionais. Através deste processo, também se ensina a identificar pensamentos negativos, registar emoções e utilizar recursos úteis, como o termómetro emocional. Desta forma, reforça-se a autonomia do paciente na gestão da sua saúde mental.