Transcrição A importância do trabalho em equipa para alcançar resultados terapêuticos ótimos
A alta terapêutica no tratamento da depressão através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é um processo estruturado que deve responder a critérios clínicos claros e a uma avaliação objetiva do progresso do paciente.
Este momento não representa o fim do acompanhamento, mas o início de uma fase crucial: a prevenção de recaídas. Um dos critérios mais importantes a considerar para a alta é que a pessoa tenha conseguido restabelecer o seu funcionamento nas atividades da vida diária. Ou seja, que tenha recuperado a sua capacidade de trabalhar, estudar, socializar ou realizar tarefas cotidianas que antes lhe eram impossíveis devido ao seu estado emocional.
Outro critério fundamental é que a pessoa relate sentir-se significativamente melhor, com uma diminuição notável dos sintomas depressivos, tanto a nível cognitivo como comportamental e emocional. A TCC permite avaliar esses avanços através de técnicas como autoavaliações, escalas de acompanhamento e observação direta das mudanças no comportamento.
Além disso, é fundamental que a pessoa tenha adquirido ferramentas suficientes para enfrentar situações adversas e tenha fortalecido as suas redes de apoio. Após a alta, o processo continua com o acompanhamento terapêutico, que visa consolidar os resultados alcançados e prevenir recaídas futuras.
Este acompanhamento é geralmente realizado com menor frequência (por exemplo, uma vez por mês ou a cada dois meses), avaliando a estabilidade do paciente e a aplicação contínua das estratégias aprendidas na terapia. No que diz respeito à prevenção de recaídas, são implementadas várias estratégias dentro da TCC.
Uma das principais é a identificação de sinais de alerta precoces, como o retorno de pensamentos negativos automáticos, o isolamento social, o abandono de atividades prazerosas ou a perda de apetite ou sono.
Esses sinais devem ser reconhecidos pelo próprio paciente, que já foi treinado durante a terapia para observar e registrar seus padrões emocionais e comportamentais.
Outra ferramenta fundamental é o uso de registos cognitivos e do termómetro emocional, que permitem ao paciente monitorizar o seu estado emocional e agir a tempo quando detecta um aumento do mal-estar. Além disso, são reforçadas técnicas de reestruturação cognitiva, resolução de problemas, habilidades sociais e autorregulação emocional.
A psicoeducação também desempenha um papel essencial nesta fase, pois insiste-se que a depressão pode apresentar recaídas, o que não deve ser interpretado como um fracasso. Mas sim como uma oportunidade para reforçar a aprendizagem e reativar o tratamento, se necessário.
O paciente deve saber que pode e deve procurar ajuda diante de novas dificuldades. Por fim, recomenda-se estabelecer um plano de ação personalizado para recaídas, no qual sejam detalhados os passos a seguir caso os sintomas depressivos reapareçam.
Isso inclui contactos de emergência, identificação de pessoas de confiança, atividades de enfrentamento e recursos institucionais disponíveis. A alta terapêutica deve ser um processo planeado, consensual e progressivo, garantindo que o paciente se despeda do espaço terapêutico sentindo-se empoderado, funcional e com ferramentas sólidas para manter o seu bem-estar psicológico ao longo do tempo.
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