Transcrição Consequências clínicas: sedação excessiva, tolerância, risco de suicídio
Uma das consequências clínicas importantes do tratamento farmacológico da depressão grave, especialmente nos quadros refratários, é a sedação excessiva.
Este efeito adverso é frequentemente observado em tratamentos que incluem antipsicóticos atípicos como a olanzapina, a quetiapina ou o aripiprazol, comumente usados como estratégia de aumento.
Esses medicamentos, embora tenham demonstrado utilidade em casos de depressão resistente, podem induzir sonolência intensa que interfere no funcionamento diário do paciente.
Essa sedação não só afeta o desempenho profissional e social, mas, como ilustrado nos casos clínicos apresentados, pode dificultar o processo de recuperação ao reduzir a capacidade do paciente de se envolver ativamente em atividades terapêuticas complementares, como psicoterapia ou exercício físico.
Tolerância e ajustes no tratamento
Outro aspecto relevante é o desenvolvimento de tolerância a determinados psicofármacos. Isso implica que, com o tempo, a mesma dose do medicamento perde eficácia, exigindo ajustes na posologia ou combinações adicionais.
Essa situação é frequente em tratamentos prolongados, especialmente em depressões crónicas ou resistentes, e obriga o clínico a realizar um monitoramento cuidadoso para evitar escaladas que possam aumentar os efeitos secundários, como aumento de peso, alterações metabólicas ou disfunções sexuais.
Além disso, a tolerância pode gerar frustração tanto no paciente quanto no profissional, pois obriga a repensar esquemas terapêuticos repetidamente.
Risco de suicídio: alerta crítico
Talvez a consequência mais crítica a considerar seja o risco de suicídio. Na apresentação clínica da depressão grave, ideias suicidas e desesperança estão frequentemente presentes. Conforme detalhado nos depoimentos e casos clínicos apresentados, alguns pacientes relatam ideação suicida persistente ou recorrente, mesmo na presença de múltiplos tratamentos.
Isso ressalta a necessidade de uma avaliação rigorosa e constante do risco suicida em cada consulta, especialmente em pacientes com histórico de refratariedade. Além disso, nos primeiros dias de tratamento com antidepressivos, pode ocorrer um paradoxo clínico: uma melhora inicial na ativação psicomotora
consequencias clinicas sedacao excessiva tolerancia risco suicidio