Transcrição Factores psicológicos que promovem a ansiedade
Certos padrões de pensamento e auto-perceção, como o perfeccionismo e a autoestima frágil, podem criar um terreno fértil para o desenvolvimento e manutenção da ansiedade.
Estas caraterísticas psicológicas influenciam a forma como interpretamos as situações e a nossa capacidade de lidar com o stress.
O perfeccionismo como aliado da ansiedade
A necessidade de fazer tudo na perfeição, de corresponder de forma impecável as expectativas auto-impostas ou exteriormente percebidas, é um dos grandes aliados da ansiedade.
Quando uma pessoa acredita que o seu valor pessoal depende de atingir padrões muito elevados e de não cometer erros, qualquer tarefa ou situação torna-se uma ameaça potencial a sua autoimagem.
Esta pressão interna constante impede o relaxamento, a fruição dos processos e a aceitação dos próprios limites e da imperfeição inerente a vida.
O perfeccionismo cria frequentemente uma voz interior crítica que julga cada passo e amplia qualquer fracasso, por mais pequeno que seja.
Este controlo constante corrói a confiança pessoal e cria uma sensação de estar sempre em dívida para consigo próprio ou para com os outros.
Neste cenário de auto-exigência e medo de errar, a ansiedade encontra um ambiente ideal para crescer e se manifestar, pois não há espaço para a dúvida, a imperfeição ou o simples descanso da autoavaliação.
Aprender a ser mais compassivo consigo próprio, a aceitar os erros como parte da aprendizagem e a valorizar as realizações reais em vez de perseguir um ideal inatingível é um passo fundamental para reduzir a ansiedade associada ao perfeccionismo.
A autoestima frágil como substrato da ansiedade
Uma autoestima frágil ou baixa também contribui significativamente para a vulnerabilidade a ansiedade.
Quando a autoestima é instável ou excessivamente dependente de factores externos (como a aprovação dos outros ou a realização), a pessoa vive com medo constante de falhar, ser rejeitada ou não ser considerada suficiente.
Esta insegurança fundamental faz com que as situações quotidianas sejam sentidas como mais ameaçadoras e a capacidade de lidar com o stress é prejudicada.
A pessoa pode duvidar constantemente das suas próprias capacidades e antecipar o julgamento negativo dos outros, o que alimenta a preocupação e a ativação ansiosa.
O perfeccionismo e a frágil autoestima andam muitas vezes de mãos dadas, criando um círculo vicioso em que a auto-exigência procura compensar a insegurança, mas os inevitáveis fracassos em atingir padrões perfeitos reforçam a baixa autoestima e, com ela, a ansiedade.
O reforço de uma autoestima mais forte e menos condicional é, portanto, um objetivo importante na gestão da ansiedade.
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