O poder de reescrever a sua história a partir de hoje

Autores, e não vítimas da nossa história

Uma das revelações mais libertadoras e fortalecedoras da inteligência emocional é a compreensão de que, embora não possamos mudar os acontecimentos do nosso passado, temos o poder absoluto de mudar a história que contamos a nós próprios sobre eles.

O nosso passado influenciou-nos, mas não tem de nos determinar.

Cada novo dia oferece-nos uma página em branco e a caneta para escrever um novo capítulo.

O verdadeiro poder da narrativa pessoal não está em recontar o que aconteceu, mas na capacidade consciente de escolher o significado que damos a esses acontecimentos.

A mudança de significado como ferramenta para a transformação

Reescrever a nossa história não é um ato de negação ou de auto-engano. É um processo deliberado de reenquadramento e reinterpretação.

Por exemplo, podemos escolher conscientemente focar-nos na resiliência que desenvolvemos perante uma dificuldade, em vez de nos focarmos apenas na dor da lesão. Podemos decidir ver-nos como os heróis que sobreviveram e aprenderam, em vez de vítimas indefesas das circunstâncias.

Esta mudança de perspetiva é radical. Passa de uma posição passiva para uma posição ativa, de personagens de uma história escrita por outros para autores da nossa própria epopeia.

A Prática Diária da Narrativa Consciente: Este ato de reescrita consciente é praticado no presente. Todas as manhãs, podemos definir uma intenção narrativa para o nosso dia. Podemos questionar-nos: "Quem escolho ser hoje?", "Que valores quero que guiem as minhas ações?", "Que tipo de história quero criar com as minhas escolhas hoje?"

Em vez de operarmos em piloto automático, repetindo os padrões de uma narrativa ultrapassada que pode já não nos servir, tornamo-nos contadores de histórias deliberados do nosso dia.

Este exercício diário de alinhar a nossa história interna com as nossas aspirações mais profundas é uma prática fundamental de inteligência emocional. Capacita-nos para nos livrarmos das correntes do passado e para construirmos, dia a dia, uma narrativa de vida que seja autêntica, significativa e profundamente satisfatória.

É tomar as rédeas da nossa própria lenda pessoal.