Técnicas de apresentação a uma pessoa

Quando pensamos num orador, imaginamos uma pessoa em frente a um teatro cheio de pessoas a ouvir um discurso emotivo. A verdade é que esta perceção de falar em público nem sempre é exacta. Em muitas ocasiões, uma apresentação será limitada a um pequeno grupo de pessoas ou mesmo a uma única pessoa. Quando temos uma reunião com uma pessoa, o cenário é totalmente diferente de falar para um grande público. A atmosfera de intimidade e cumplicidade toma conta da cena, exigindo uma linguagem mais personalizada e adaptada a um determinado indivíduo.

O objetivo desta sessão é abordar alguns dos elementos básicos que terá de ter em conta quando falar com um indivíduo específico. Para o efeito, analisaremos conceitos como a adaptação da mensagem e a personalização da linguagem.

Adaptação da mensagem: Quando falamos para um grande público, transmitimos uma mensagem que pode ser percepcionada de forma mais ou menos intensa, dependendo do ouvinte individual. Enquanto oradores que pretendem chegar a um grande público, temos de compreender que não é possível elaborar uma mensagem que seja igualmente eficaz para todas as pessoas presentes na sala. As pessoas têm as suas próprias caraterísticas, linguagem, nível de preparação, gostos, interesses e valores.

Fazer uma apresentação para um único indivíduo permite-nos eliminar todas as barreiras que mencionámos acima. Neste caso, podemos saber antecipadamente a quem nos estamos a dirigir. A primeira tarefa antes de preparar uma apresentação personalizada é descobrir o máximo possível sobre o nosso ouvinte: o que lhe interessa, o que o motiva, qual o seu nível de preparação ou simplesmente porque decidiu vir à sua palestra. Estes serão elementos essenciais para adaptar a sua mensagem e torná-la mais eficaz.

Com isto em mente, poderá fazer uma apresentação sobre alterações climáticas, saúde, nutrição, finanças, etc., de grande interesse para o seu público-alvo.

Personalizar a linguagem: A linguagem faz parte da nossa personalidade e reflecte, em grande medida, o nosso nível de preparação. Muitos oradores partem do princípio de que quanto mais formal ou estilizada for a sua linguagem, mais séria ou poderosa será a sua mensagem. A verdade é que, se não souber que tipo de linguagem o seu ouvinte utiliza, será difícil manter uma comunicação fluida e compreensível.

Digamos que tem uma reunião com um cliente da sua empresa. O cliente quer investir uma quantia de dinheiro na sua empresa que produz baterias de lítio. Depois de estudar o perfil do cliente, sabe que ele não tem um perfil técnico e não domina os aspectos gerais relacionados com este tipo de produto.

Com esta informação, não deve começar a sua apresentação a falar da amperagem, da tecnologia ou das caraterísticas técnicas das suas baterias. Se utilizar uma linguagem rebuscada, é provável que o seu cliente não compreenda o que está a dizer e acene com a cabeça, envergonhado. Isto resultará na perda de um investimento de capital devido a problemas de comunicação.

Tente utilizar uma linguagem mais simples com os seguintes pressupostos do exemplo anterior:

• As baterias duram mais 50 quilómetros do que a média.

• O preço do produto é inferior ao dos concorrentes.

• A qualidade do produto é excelente, assim como a relação preço/desempenho para o consumidor.

• Convença o cliente de que fazer negócio com a sua empresa é a melhor opção.

Ao personalizar a linguagem e adaptar a mensagem, alcançará o seu objetivo final de manter uma comunicação compreensível e o seu ouvinte sairá com informações claras e concisas.