Transcrição Incutir a responsabilidade
A responsabilidade é um dos valores mais importantes na educação dos nossos filhos.
Temos de ser capazes de ensinar os nossos filhos a respeitar os seus compromissos e a assumir as consequências dos seus actos se não os cumprirem. Por vezes, temos dificuldade em incutir estes valores devido ao sentimento de superproteção. A sobreprotecção é prejudicial para o crescimento pessoal das crianças, uma vez que, mais cedo ou mais tarde, começarão a interagir com o resto da sociedade e nós não poderemos assumir os encargos que, por natureza, farão parte delas.
Dito isto, é preferível que aprendam num ambiente de confiança e controlado, sob a orientação dos pais, antes de terem de responder pelos seus actos perante terceiros. Ao longo deste guia, abordaremos uma série de recomendações para facilitar a promoção da responsabilidade dos seus filhos e contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento pessoal.
Valorizar os compromissos
Quando se trata de responsabilidade, a primeira coisa que devemos ensinar aos nossos filhos é o valor dos compromissos. Comprometermo-nos a fazer algo implica que daremos todos os passos necessários para o conseguir, utilizando os nossos recursos de forma eficiente.
A responsabilidade vem do facto de não sermos levianos quando se trata de assumir compromissos; não temos de aceitar tudo o que nos é pedido, nem devemos concordar com acções para as quais não estamos preparados ou não queremos levar a cabo. Ser responsável é também saber dizer não, quando esse "não" representa o cuidado com a nossa integridade e o valor da nossa palavra.
Temos de escolher com o quê e com quem nos comprometemos a fazer algo. Só quando temos a certeza de que, aconteça o que acontecer, vamos tentar realizar uma determinada tarefa, é que assumimos uma responsabilidade perante terceiros. É melhor ser honesto desde o início do que estar na situação de faltar à nossa palavra.
Assumir as consequências
Uma vez assumido um compromisso, com tudo o que isso implica, pode acontecer que, por razões alheias à nossa vontade ou por falta de diligência da nossa parte, acabemos por faltar a esse compromisso. Em ambos os casos, devemos estar conscientes de que as consequências de tais acções devem ser assumidas na íntegra. Somos responsáveis pelos resultados, não pelas intenções. Fazer com que os nossos filhos compreendam este conceito permitir-lhes-á crescer como pessoas e tornarem-se melhores profissionais no futuro.
Tanto na vida social como na vida profissional, não há consequências positivas ou negativas que não tenham uma pessoa responsável por detrás. Não devemos ter medo de assumir responsabilidades, é uma espécie de dívida e deve ser paga para que possamos continuar o nosso caminho e corrigir os nossos actos.
Não proteja o seu filho da responsabilidade nem tente pagar as consequências dos seus actos. O que hoje pode ser um pequeno compromisso familiar, amanhã é uma falta profissional grave ou uma negligência das responsabilidades sociais que pode ter consequências significativas. A superproteção apenas dificulta a sua educação e impede-o de ter um contacto com a realidade que, mais cedo ou mais tarde, terá de enfrentar.
Confiar responsabilidades ao seu filho
No seio da família, há muitas responsabilidades menores que podem ser facilmente delegadas ao seu filho. Comece por ensinar ao seu filho pequenas tarefas que exijam algum empenhamento para serem realizadas. Deixe claro ao seu filho que haverá consequências se ele não cumprir essas responsabilidades e que não hesitará em as fazer cumprir. O lar é a primeira escola e, como tal, deve dar exemplos práticos para incutir um valor duradouro. Só assim é que o seu crescimento e desenvolvimento se podem efetuar de forma progressiva, sem ter de enfrentar males maiores no futuro.
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