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Hobbies estratégicos
Incluir uma secção de interesses ou passatempos é opcional, mas pode ser uma ferramenta poderosa para humanizar o perfil e demonstrar competências sociais de forma indireta. O segredo está em selecionar passatempos que agreguem valor profissional ou cultural, evitando aqueles que são muito genéricos ou passivos. Uma estrutura recomendada é escolher um passatempo ativo, um intelectual e um criativo para mostrar um perfil equilibrado.
Por exemplo, em vez de simplesmente colocar "cinema" ou "ler", um candidato poderia mencionar que participa em maratonas (o que sugere disciplina e resistência) ou que joga xadrez em torneios locais (o que implica pensamento estratégico).
Se o hobby estiver diretamente relacionado com o trabalho, como um programador que desenvolve videojogos «indie» no seu tempo livre ou um jornalista que mantém um blogue de literatura, isso deve ser destacado, pois demonstra uma vocação que vai além da obrigação profissional.
Idiomas
O domínio de idiomas é um ativo fundamental no mercado global. Para que essa informação seja útil, ela deve ser precisa e honesta.
Recomenda-se utilizar padrões reconhecidos, como o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (A1-C2), em vez de termos subjetivos como "nível médio" ou "avançado", que podem ser interpretados de várias maneiras.
Um erro grave é exagerar o nível de idiomas, pois é muito fácil verificar isso durante uma entrevista.
Se for indicado um nível «bilingue» ou «nativo», o candidato deve ser capaz de manter uma negociação complexa nesse idioma sem dificuldade.
Se o nível for básico, é preferível ser transparente ou, em alguns casos, omitir essa informação se ela não agregar valor real ao cargo, concentrando-se nos idiomas em que realmente se tem competência profissional.
Referências
A inclusão de referências diretas no currículo (nomes e telefones de ex-chefes) é uma prática que está a cair em desuso por motivos de privacidade e espaço.
A norma atual é incluir uma breve nota indicando que as «referências estão disponíveis mediante solicitação», se o espaço permitir, ou simplesmente omitir, assumindo que serão solicitadas em fases avançadas.
O fundamental é ter preparada a lista de pessoas que atuarão como referências.
Deve contactar previamente antigos supervisores, professores ou clientes para lhes pedir autorização e avisá-los de que poderão receber uma chamada.
É estratégico conversar com eles sobre quais aspetos destacar da colaboração passada, garantindo que a mensagem que transmitem esteja alinhada com a imagem que o candidato deseja projetar no novo processo de seleção.
Não se trata de escrever o seu roteiro, mas sim de refrescar a sua memória sobre conquistas partilhadas para evitar respostas vagas que não agreguem valor.
Resumo
Incluir passatempos é opcional, mas útil para humanizar o perfil, se forem selecionados estrategicamente. Deve evitar-se passatempos genéricos, optando por aqueles que demonstram indiretamente competências sociais valiosas, como disciplina ou pensamento estratégico.
O domínio de idiomas é um ativo fundamental que deve ser descrito com padrões reconhecidos e total honestidade. Exagerar o nível é um erro grave facilmente detectável na entrevista, por isso a precisão é obrigatória.
Não é necessário incluir os dados de contacto das referências no documento inicial; basta indicar a sua disponibilidade. O essencial é preparar previamente as referências para garantir que os seus comentários reforcem a candidatura.
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