Transcrição A influência do otimismo na longevidade
Uma disposição otimista não só influencia a qualidade de vida. Parece também estar relacionada com a duração da vida.
A investigação tem explorado a relação entre uma atitude alegre e uma maior esperança de vida, sendo um estudo realizado com as Irmãs de Notre Dame em Milwaukee um exemplo particularmente ilustrativo desta relação.
Metodologia do Estudo das Freiras
Este estudo longitudinal envolveu um grupo de cento e setenta e oito irmãs. Uma parte fundamental da investigação envolveu a análise de escritos autobiográficos e diários que as freiras tinham escrito.
Estes textos foram cuidadosamente examinados para identificar palavras e expressões-chave que reflectem uma atitude predominantemente otimista e alegre ou, pelo contrário, uma tendência emocional menos positiva ou mais pessimista.
A escolha desta população especifica foi metodologicamente vantajosa, uma vez que os participantes partilhavam um estilo de vida muito homogéneo em aspectos cruciais como a alimentação, a ausência de hábitos como fumar ou beber álcool, um estatuto socioeconómico semelhante e o acesso a cuidados médicos comparáveis.
Esta homogeneidade ajudou a minimizar a influência de variáveis externas que poderiam distorcer os resultados, permitindo uma análise mais clara do potencial impacto da disposição emocional na longevidade.
Resultados relevantes sobre a esperança de vida
Os resultados do estudo das freiras de Notre Dame revelaram uma relação significativa entre a alegria expressa nos seus primeiros escritos e a sua longevidade.
Verificou-se que noventa por cento das freiras classificadas como as mais alegres ou optimistas ainda estavam vivas aos 85 anos.
Em contraste, apenas trinta e quatro por cento das pessoas consideradas menos alegres atingiram a mesma idade.
Esta diferença notável na esperança de vida manteve-se e até aumentou ao longo dos anos.
Aos 91 anos, cinquenta e quatro por cento das freiras do grupo mais alegre ainda estavam vivas, enquanto no grupo menos alegre, apenas onze por cento tinham atingido essa idade.
Implicações para o bem-estar e a saúde
Estes resultados, embora não estabeleçam uma relação causal direta e inequivoca, sugerem uma forte correlação entre a manutenção de uma atitude otimista e uma maior esperança de vida.
Indicam que uma disposição emocional positiva pode atuar como um fator protetor ou contribuir para uma vida mais longa e possivelmente mais saudável.
A lição que se retira desta investigação é a importância de cultivar o otimismo e as emoções positivas, não apenas como forma de melhorar a qualidade dos anos vividos.
Mas também, potencialmente, como uma forma de prolongar a duração da nossa existência.
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