Transcrição O lado negro da empatia: o efeito holofote
A empatia como um holofote: ilumina um espaço e deixa o resto no escuro
A empatia é uma força poderosa, mas também tem um lado obscuro.
A empatia funciona como um holofote: ilumina um ponto específico intensamente, faz-nos sentir o sofrimento de uma pessoa e mobiliza-nos para ajudar.
Mas o problema está no que deixa no escuro.
O caso de Baby Jessica vs. o genocídio do Darfur
A nossa empatia é ativada de forma muito seletiva. Somos muito mais tocados pela história de uma pessoa individual.
O caso da menina Jéssica, presa num poço, captou a atenção do mundo e gerou uma enorme empatia.
No entanto, ao mesmo tempo, os genocídios ocorriam em lugares como o Darfur, onde centenas de milhares de pessoas morriam.
Porque é que somos mais tocados por uma tragédia individual próxima de nós do que por uma grande tragédia distante
Estas tragédias enormes e distantes não ativam o nosso foco. empático. São números, estatísticas, não têm um rosto concreto que nos comova.
Este é o grande viés da empatia. É irracional e míope.
A vulnerabilidade dos holofotes aos nossos preconceitos e preferências
Faz com que nos preocupemos muito com um problema visível e próximo e ignoremos problemas muito maiores, porém mais abstratos ou distantes.
Além disso, a empatia pode cegar-nos para consequências a longo prazo.
Conhecer esta limitação é crucial para que não confiemos apenas nos nossos instintos empáticos e, em vez disso, usemos a razão.
Resumo
A empatia atua como um holofote: brilha intensamente numa história específica, mas deixa muitas outras na sombra. Este efeito limita a nossa capacidade de ver o panorama geral.
Somos mais comovidos por uma tragédia em grande plano, como o caso de uma rapariga presa, do que por crises maciças como genocídios distantes. Isto mostra o quão seletiva e emocionalmente tendenciosa pode ser a nossa empatia.
Este enviesamento leva-nos a priorizar o imediato em detrimento do importante. Conhecer esta limitação ajuda-nos a equilibrar a empatia com o raciocínio ético, evitando decisões impulsivas ou desproporcionais.
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