Transcrição Diferenças entre dislexia e outras dificuldades de aprendizagem
A diversidade das dificuldades de aprendizagem apresenta desafios únicos tanto para os educadores como para os profissionais de saúde. Entre estas, a dislexia destaca-se como uma perturbação específica com caraterísticas distintivas, mas é frequentemente confundida com outras dificuldades.
Nesta sessão, iremos explorar as principais diferenças entre a dislexia e outras dificuldades de aprendizagem, destacando as caraterísticas clínicas, a base neurológica e as estratégias de intervenção específicas da perturbação.
Definição e Caraterísticas da Dislexia
A dislexia é uma perturbação da aprendizagem que afecta a aquisição e o desenvolvimento das competências de leitura, escrita e ortografia, apesar de uma instrução adequada e de uma inteligência média. As suas principais caraterísticas incluem dificuldades na descodificação fonológica, na velocidade de leitura e na compreensão da leitura.
Os indivíduos com dislexia podem apresentar variações na capacidade fonológica, afectando a sua capacidade de reconhecer palavras e manipular os sons da fala.
Disgrafia: Dificuldades na Escrita
Muitas vezes confundida com a dislexia, a disgrafia é uma dificuldade específica na escrita que não se deve a problemas motores ou à falta de instrução. Enquanto na dislexia as dificuldades se centram na leitura, na disgrafia afectam a expressão escrita. Os indivíduos com disgrafia podem ter dificuldades na coordenação motora fina, na organização espacial e na expressão gramatical escrita.
Discalculia: Desafios nas Competências Matemáticas
A discalculia é outra dificuldade de aprendizagem que afecta as competências matemáticas. Embora partilhe algumas caraterísticas com a dislexia, como a dificuldade no processamento fonológico, manifesta-se principalmente em problemas numéricos e de cálculo.
Os indivíduos com discalculia podem ter dificuldade em compreender conceitos numéricos, memorizar factos matemáticos e efetuar cálculos aritméticos.
Transtorno do Processamento Auditivo Central (APD)
O transtorno do processamento auditivo central (APD) está relacionado com a forma como o cérebro interpreta a informação auditiva. Embora partilhe alguns sintomas com a dislexia, como as dificuldades no processamento fonológico, a DPA centra-se mais nas competências auditivas do que na leitura. As pessoas com DPA podem ter dificuldade em distinguir sons semelhantes, seguir instruções orais e processar informação auditiva em ambientes ruidosos.
Transtorno de Défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O Transtorno de Défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é frequentemente confundido com a dislexia devido à sobreposição de sintomas em alguns casos. Enquanto a dislexia se centra nas dificuldades de leitura, a PHDA envolve problemas de atenção, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade.
É possível que um indivíduo tenha tanto dislexia como PHDA, mas são perturbações distintas com diferentes avaliações e abordagens de intervenção.
Bases neurológicas e diferenças cerebrais
As diferenças nas bases neurológicas esclarecem as distinções entre dislexia e outras dificuldades de aprendizagem. A dislexia está associada a anomalias em áreas cerebrais específicas, tais como o giro angular e o giro frontal inferior, que afectam o processamento fonológico.
Em comparação, a disgrafia e a discalculia podem ter bases neurológicas distintas que afectam áreas específicas do cérebro relacionadas com a escrita e com as competências matemáticas, respetivamente.
Avaliação e diagnóstico diferenciados
A avaliação e o diagnóstico diferenciados são essenciais para abordar especificamente cada dificuldade de aprendizagem. Os testes especializados, como os testes de leitura, de escrita ou de matemática, permitem aos profissionais identificar as caraterísticas únicas de cada perturbação. Uma abordagem personalizada garante uma intervenção mais eficaz e adaptada às necessidades individuais de cada aluno.
As estratégias de intervenção devem ser adaptadas às caraterísticas específicas de cada dificuldade de aprendizagem. No caso da dislexia, as intervenções de base fonológica, como a metodologia de Orton-Gillingham, são eficazes.
Na disgrafia, a tónica é colocada no desenvolvimento da motricidade fina e nas estratégias de organização para melhorar a expressão escrita. Para a discalculia, as intervenções são direcionadas para o desenvolvimento de conceitos numéricos e de competências de cálculo.
Comorbilidade e avaliação global
É importante reconhecer que as dificuldades de aprendizagem podem coexistir num indivíduo (co-morbilidade). Por exemplo, uma pessoa pode ter dislexia e PHDA. Uma avaliação exaustiva, que aborde todas as áreas de preocupação, é crucial para identificar e responder adequadamente às necessidades de cada aluno.
A memória de trabalho, uma componente crucial da dificuldade de aprendizagem, é uma componente crítica da avaliação.
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