O mobiliário

O mobiliário é o elemento fundamental dos espaços interiores; determinar o mobiliário necessário e a forma de o distribuir nos espaços em função da função que irá desempenhar e das necessidades do cliente é uma das primeiras e mais importantes tarefas do decorador de interiores.

Para ajudar o cliente a selecionar o mobiliário de uma divisão, o decorador deve conhecer os critérios a ter em conta na sua escolha, bem como as vantagens e desvantagens dos materiais utilizados no seu fabrico.

Principais aspectos a ter em conta na seleção de mobiliário para uma divisão

Funcionalidade: Este é o critério mais importante para a seleção de um, vários ou todos os elementos de mobiliário de uma divisão. Para mobilar um espaço, o decorador, em conjunto com o cliente, deve determinar que mobiliário é essencial numa área para cobrir as necessidades diárias de todos os utilizadores do espaço, com um nível de conforto adequado.

O decorador não pode cair no cliché de que a cozinha tem um armário, uma mesa, quatro cadeiras e assim por diante, mas deve fazer o cliente pensar se é viável colocar a mesa com quatro cadeiras, se apenas duas pessoas vivem na casa e nunca tomam o pequeno-almoço ou almoçam na cozinha.

Estilo: Para além de tornar o mobiliário funcional, o decorador deve garantir que este contribui para criar um ambiente visual na divisão que agrade ao cliente e seja coerente com os seus gostos, personalidade e ambiente social em que vive. Para selecionar o estilo certo, o decorador deve conhecer os materiais, as formas, as cores, a textura, a escala das peças e a organização espacial do mobiliário que o cliente prefere. A escolha do cliente não deve, de modo algum, ser totalmente subordinada à moda ou a recomendações de estranhos.

Escala e proporção: É muito importante selecionar mobiliário que seja adequado em termos de tamanho e proporção ao espaço em que será colocado. Um armário de cozinha pode ser muito bonito e feito da melhor madeira, mas se for tão grande que ocupe o dobro do espaço que deveria ocupar, não deve ser selecionado. Ao selecionar o mobiliário, é necessário ser rigoroso com o esboço que mostra as dimensões do local e o mobiliário devidamente distribuído no espaço.

Viabilidade: Ao selecionar o mobiliário, deve ter-se em conta que as caraterísticas dos diferentes materiais utilizados no seu fabrico o tornam mais adequado a determinadas condições. Por exemplo: não é viável a utilização de contraplacado em mobiliário que tenha de ser lavado frequentemente, pois o contacto com a água acelera a sua deterioração.

Economia: Deve ser estabelecido um orçamento total para o mobiliário, tendo em conta o valor mínimo e máximo de cada uma das peças, de modo a não perder tempo na seleção. Um elemento que não deve ser esquecido neste aspeto é o índice de durabilidade do mobiliário; não seria económico comprar mobiliário muito bonito e barato se este tiver de ser renovado rapidamente devido à deterioração.

Principais materiais do mobiliário

Os móveis podem ser feitos de madeira, plástico, metal ou outros materiais artificiais. Cada material confere ao móvel determinadas qualidades práticas e estéticas que devem ser tidas em conta pelo decorador ao selecionar ou recomendar uma determinada peça ao cliente.

Vantagens e desvantagens dos móveis de madeira

Vantagens:

• Os móveis de madeira são robustos, fortes, duradouros e nunca passam de moda.

• Podem conferir valores decorativos muito elevados aos espaços.

• Os seus acabamentos podem ser muito versáteis: vão desde as várias formas naturais de apresentação - natural, rústica, polida - até aos altamente tratados com lacas, vernizes e cores diversas.

• São muito fáceis de manter e podem ser reparados ou restaurados ao esplendor do primeiro dia.

Desvantagens:

• Maior deterioração quando utilizado no exte