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Estudo sobre a doença celíaca - nutricao celiaca

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PorCursosOnline55

2025-01-31
Estudo sobre a doença celíaca - nutricao celiaca


Estudo sobre a doença celíaca - nutricao celiaca

A doença celíaca tem sido objeto de investigação contínua na medicina. Embora tenham sido feitos grandes avanços na sua compreensão e tratamento, ainda há muito a aprender sobre a doença e o seu impacto nos doentes. É uma doença que tem sido descrita desde a antiguidade, embora a sua causa e tratamento não sejam totalmente compreendidos.

O primeiro registo conhecido da doença celíaca vem de um tratado do médico grego Aretaeus da Capadócia, que se referia a "koiliakos", pessoas que sofriam de problemas intestinais, dando origem ao termo atual. Embora Aretaeus não compreendesse a causa, tentou tratá-la através do jejum e de remédios naturais para aliviar os sintomas.

A descoberta seguinte ocorreu no final do século XIX, graças ao britânico Samuel Gee, que descreveu a doença como um distúrbio crónico relacionado com a dieta das pessoas afectadas.

No início do século XX, foi publicado o primeiro livro sobre o assunto, no qual o Dr. Christian A. Herter observou que as crianças com esta doença toleravam melhor as gorduras do que os hidratos de carbono.

Com o tempo, o pão começou a ser investigado como possível fator agravante da doença, tendo surgido dietas que eliminavam o seu consumo. Uma das mais conhecidas foi a dieta da banana, embora mais tarde se tenha verificado que os hidratos de carbono não eram responsáveis pela doença.

Durante as décadas de 1940 e 1950, os médicos identificaram a doença celíaca como estando relacionada com o consumo de glúten.

O Dr. Willem-Karel Dicke, um pediatra holandês, observou que durante a Segunda Guerra Mundial, quando os alimentos ricos em glúten eram escassos, as crianças com doença celíaca apresentavam uma melhoria acentuada dos seus sintomas. Dicke propôs que a doença celíaca estava ligada ao glúten, e as suas descobertas foram corroboradas por outros investigadores.

Um avanço crucial nesta fase foi o diagnóstico, quando o Dr. JW Paulley observou durante uma cirurgia o tipo de lesão do intestino delgado associada à doença, o que levou ao desenvolvimento de técnicas de recolha e análise de amostras intestinais.

Nos anos 60, descobriu-se que os celíacos têm anticorpos contra a gliadina, uma proteína do glúten. Desde então, foi estabelecido que a doença celíaca é uma doença autoimune, em que o sistema imunitário ataca o revestimento do intestino delgado quando o glúten é consumido.

Nas últimas décadas, registaram-se avanços significativos na compreensão, diagnóstico e tratamento da doença celíaca. Anteriormente, o diagnóstico era complicado devido à variabilidade dos sintomas e à sua semelhança com outras doenças gastrointestinais. Atualmente, no entanto, existem testes de deteção de anticorpos que são úteis para o diagnóstico, bem como testes genéticos para confirmar a predisposição para a doença.

A endoscopia com biopsia tornou-se a norma para o diagnóstico da doença celíaca, uma vez que permite ao médico examinar o revestimento do intestino delgado e recolher amostras de tecido para análise laboratorial. Se o diagnóstico for confirmado, o tratamento consiste numa dieta sem glúten para toda a vida.

A eliminação do glúten da dieta pode melhorar os sintomas e reduzir o risco de complicações a longo prazo, como doenças auto-imunes, problemas neurológicos e certos tipos de cancro.

Investigação atual

Com o aumento do conhecimento sobre a doença celíaca, foram desenvolvidas opções dietéticas mais alargadas e novas linhas de investigação:

  • A identificação dos ingredientes que contêm glúten nos alimentos processados melhorou.
  • A utilização de enzimas digestivas para remover o glúten e minimizar o seu efeito no intestino delgado está a ser investigada. Estes tratamentos podem ser úteis para aqueles que têm dificuldade em seguir uma dieta rigorosa sem glúten e espera-se que melhorem a sua qualidade de vida.
  • Foram identificados vários genes que estão associados a um risco elevado de desenvolver a doença, sugerindo que estes genes influenciam a forma como o sistema imunitário interage com o glúten.
  • Estão a ser estudados factores ambientais que podem contribuir para a doença celíaca, incluindo a exposição precoce ao glúten e a certas infecções que podem desencadear a doença em pessoas com uma predisposição genética.
  • Os investigadores estão também a analisar a relação entre a doença celíaca e outras doenças auto-imunes, como a diabetes tipo 1 e a tiroidite de Hashimoto.
  • Uma área de investigação ativa na doença celíaca é o desenvolvimento de novas opções dietéticas. Embora a eliminação do glúten continue a ser o tratamento padrão, está a ser desenvolvido trabalho para criar produtos sem glúten que sejam mais saudáveis e nutritivos. Nos últimos anos, registaram-se progressos neste domínio, resultando numa grande variedade de produtos sem glúten disponíveis no mercado.
  • Uma abordagem emergente envolve a aplicação de imunoterapia, que envolve a administração de pequenas quantidades de glúten para ajudar o sistema imunitário a desenvolver uma tolerância. Foram efectuados vários ensaios clínicos para avaliar a eficácia desta imunoterapia em pessoas com doença celíaca, e os resultados até agora têm sido promissores.
  • Além disso, a relação entre a doença celíaca e o microbiota intestinal está a ser investigada, bem como as dietas que podem ajudar a restaurar o equilíbrio do microbiota em pessoas com a doença.

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