Transcrição Como explicar um conflito
Tanto na vida profissional como na vida pessoal, é comum ter de lidar com conflitos e problemas que surgem no nosso quotidiano. Estes conflitos podem, por vezes, ser úteis para os abordar numa história que utilizaremos como complemento no nosso discurso. Para lidar adequadamente com um conflito, é necessário saber dominar certas técnicas para que o público se identifique com os factos e perceba melhor a mensagem. A complexidade de relatar um conflito pode aumentar ainda mais quando este se manifesta num ambiente que envolve pessoas alheias ao nosso.
Durante esta sessão, vamos analisar alguns dos pontos essenciais a ter em conta ao refletir um conflito na sua história. Para isso, vamos analisar alguns elementos de grande impacto, como a apresentação das personagens e a contextualização do conflito.
Apresentar as personagens: A apresentação das personagens envolvidas no conflito que narra na sua história proporcionará um elevado grau de descrição, permitindo que o público gere uma maior empatia para com elas. Não é a mesma coisa dizer que dois colegas de trabalho discutiram porque um deles não estava a fazer bem o seu trabalho, do que dizer que o João, que é o supervisor da Maria, discutiu com ela porque ela não estava a cumprir as suas obrigações profissionais. Acrescentar os nomes das personagens facilita a memorização da história. Quando acrescentamos que o João é o supervisor, já percebemos porque é que ele está chateado com a Maria.
Se acrescentarmos outros elementos, como o facto de João ser um homem muito disciplinado e de Maria não mostrar interesse pelo seu trabalho, estamos a acrescentar traços de personalidade distintivos dos autores do conflito. Estes traços não alteram os factos, mas permitem a empatia. A empatia é essencial para captar a atenção dos ouvintes. Quanto mais conhecemos as personagens, mais queremos saber sobre elas. Não é necessário utilizar nomes reais se quiser preservar a identidade das pessoas envolvidas no conflito, mas é essencial que utilize sempre algum nome, mesmo que seja fictício.
Seguindo a mesma lógica, se necessário, pode comentar a idade das personagens ou outros factos que tenham ocorrido anteriormente e que estejam relacionados com elas. Por exemplo, quais são os seus gostos ou a relação que tem com eles.
Contextualizar o conflito: Contextualizar o conflito é essencial para compreender o contexto do conflito. Se não se contextualizar, o conflito tende a ser genérico, não há forma de se identificar com ele e, por isso, será mais difícil reter a atenção do público. Dentro do contexto, devemos fornecer dados como a data e o local. Saber quando é que o conflito foi gerado leva o ouvinte para o contexto histórico do conflito, permitindo-lhe aceder a uma série de informações relevantes para se identificar com as personagens e a mensagem que está a tentar transmitir.
Um conflito descontextualizado pode comunicar uma ideia errada, fazendo com que o ouvinte se desvie do seu julgamento por não ter os elementos básicos que explicam a razão dos acontecimentos. Quando contextualizamos, queremos que o nosso público tenha todos os recursos para se colocar na mesma posição em que nos encontramos. Alinhando as perspectivas dos ouvintes com as nossas, será muito mais fácil fazê-los perceber os factos de forma mais clara e mais próxima da realidade em que ocorreram.
Uma técnica simples para descrever o conflito é começar sempre pelo contexto básico do conflito. Posteriormente ou em simultâneo, apresentam-se as personagens, terminando com a narrativa dos acontecimentos.
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