Transcrição Conselhos sobre como preparar um discurso fúnebre
Não há dúvida de que preparar um discurso fúnebre é uma tarefa extremamente complexa. O cenário onde se desenrola uma cerimónia deste tipo é um ambiente carregado de emoções fortes, que emanam do sofrimento da perda de um ente querido.
Estaremos a partilhar com um público magoado, instável e triste. As nossas palavras devem ser medidas com prudência para não provocar o efeito contrário ao desejado. Embora seja verdade que nada do que dissermos pode dissipar a dor dos presentes, devemos esforçar-nos por transmitir uma mensagem restauradora que encoraje a cura.
Cada cerimónia fúnebre tem as suas próprias caraterísticas e particularidades. O grau de sofrimento dos presentes nem sempre é o mesmo, pelo que é importante que saibamos adaptar a nossa mensagem para ter em conta as circunstâncias acima mencionadas.
Durante o desenvolvimento desta sessão, iremos analisar algumas das recomendações básicas que deve ter em conta na preparação de um discurso fúnebre. Desta forma, alargará os seus conhecimentos sobre o desenvolvimento deste estilo de discurso.
Naturalizar os factos: A morte é um processo inevitável no desenvolvimento da vida humana. Quando perdemos um ente querido, negamos os factos, procuramos culpados ou sentimos um certo grau de injustiça no que aconteceu. Todos estes sentimentos constituem um obstáculo ao período de luto e à capacidade de lidar com os factos por parte dos familiares. A nossa mensagem deve, antes de mais, abordar a naturalização dos factos.
Naturalizar os factos é mostrar o que aconteceu como parte do ciclo da vida humana. Nada do que fizermos nos impedirá de enfrentar a morte, por uma razão ou por outra. É necessário trabalhar com a família para salientar a necessidade de superar e recordar o ente querido de forma positiva, relembrando momentos de alegria e afeto.
Empatia com os presentes: Nem todos os discursos fúnebres terão o mesmo grau de intensidade emocional. Nem sempre os presentes neste tipo de cerimónia serão igualmente afectados ou necessitarão do mesmo apoio. É importante que saibamos conduzir estas leituras de forma inteligente. Isto requer o desenvolvimento de competências empáticas, que nos permitam colocarmo-nos no lugar do público. Graças à empatia, podemos partilhar e perceber os sentimentos do público e moldar o nosso discurso de acordo com as exigências do público.
Uma regra básica dos discursos fúnebres é elaborar uma mensagem que satisfaça os desejos do nosso cliente. Isto significa que temos de ser precisos e dizer exatamente o que o nosso público quer ouvir. Se a tristeza e a depressão dos familiares não estiverem no auge, não podemos ser nós a evocar esse sentimento. Por outro lado, se o nosso público for emocionalmente instável, temos de ser capazes de reduzir a intensidade das emoções de uma forma empática, sem sermos indiferentes à dor dos outros.
Elaborar uma mensagem otimista. Evitar lamentações: A nossa mensagem não deve ser carregada de lamentações e de culpas. Estes sentimentos serão naturais para os entes queridos da pessoa falecida, pelo que não devemos contribuir para os potenciar. Trabalharemos para partilhar ideias optimistas, positivas e motivadoras. Devemos ser capazes de realçar o possível desejo do falecido de que os seus familiares, amigos e conhecidos o recordem com afeto e felicidade.
Focar a importância de aproveitar a vida e cuidar das pessoas que nos rodeiam hoje é uma das melhores maneiras de convidar o público a superar o luto.
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