Descreve o cenário da tua história

Durante esta sessão, vamos aprofundar um dos elementos mais úteis na construção de uma história. Descrever o cenário da sua história pode aumentar drasticamente o impacto que a sua história terá nos seus ouvintes. A descrição é um fator poderoso para provocar empatia no seu público, permitindo-lhe visualizar os factos com maior precisão, transmitindo assim o máximo possível dos sentimentos e sensações que experimentou.

Sem sobrecarregar a nossa mensagem com adições decorativas desnecessárias, uma descrição concisa transportará o ouvinte para um fio narrativo mais harmonioso e agradável. Para que possa utilizar eficazmente esta técnica, vamos abordar três dos elementos que deve ter em conta na sua descrição.

Contextualização dos factos: Contextualizar os acontecimentos que está a descrever permitirá ao ouvinte situar com precisão os acontecimentos no tempo e no espaço. Quando contextualizamos, fornecemos uma carga de elementos que situam o público no momento em que os factos ocorreram. Assim, é mais fácil compreender qual era a situação na altura e em que fase de desenvolvimento se encontravam os autores da história.

Se contar ao seu público um momento em que perdeu o controlo das suas emoções e acabou por tomar atitudes violentas, acrescentar a sua idade, o seu estado de espírito ou os problemas por que estava a passar dará aos seus ouvintes o contexto em que esses acontecimentos tiveram lugar. É este contexto que acrescenta valor à sua mensagem, pois agora é uma pessoa diferente e foram estas experiências em situações passadas que ajudaram a moldar a pessoa que é hoje.

A utilização do contexto é essencial para a compreensão de uma história. Uma contextualização inadequada pode levar a contradições e interpretações erróneas que podem prejudicar a essência da mensagem.

Estado de espírito: O estado de espírito pode refletir uma série de informações relevantes dentro da história. Se fizer um esforço para que o seu público saiba como se sentiu quando os acontecimentos tiveram lugar, ele poderá sentir empatia por si e adquirir uma maior experiência da mensagem que está a tentar transmitir. Não é a mesma coisa dizer: "Fui um mau aluno quando era jovem" do que dizer: "Fui um mau aluno quando era jovem e hoje sinto-me mal por isso, porque não valorizei o esforço que os meus pais fizeram para que eu pudesse estudar".

Na primeira hipótese, parece que não houve consequências por ter sido mau aluno, a atitude não é reprovada e não se transmite uma mensagem construtiva. Quando acrescentamos o estado de espírito ao segundo pressuposto, estamos a encerrar com a mensagem de que não é correto desperdiçar o apoio e o esforço que as outras pessoas dedicam a nós.

Evitar elementos descritivos desnecessários: Ao acrescentarmos algum grau de descrição às nossas histórias, melhoramos a perceção dos factos por parte do nosso público. O erro mais comum na descrição de situações é a utilização excessiva de elementos descritivos desnecessários. Demasiados elementos descritivos, que não acrescentam valor ou reforçam a mensagem, apenas criam uma atmosfera de enchimento que é entendida como um impedimento à atenção do ouvinte. Tente concentrar a descrição em transmitir de forma concisa a mensagem central da história, tendo em conta que a descrição é apenas um complemento do seu discurso e não o seu núcleo.

Ao fazer uma utilização equilibrada dos elementos descritivos, retém e dirige a atenção do ouvinte através do fio narrativo. Pratique este recurso com breves descrições que embelezem a sua história e lhe permitam contextualizá-la para que a mensagem seja melhor percebida.